Tropicália, flautas, percussão… Desde a abertura, com “Love Love Love”, que “Hypersex” passa claramente as suas intenções ao ouvinte. Divertido para caracinhas e com uma ambição refrescante a nível de arranjos, na fusão de estilos e na produção. Sonicamente, a extravagância de sintetizadores (“Morse Code” parece ter sido feita apenas para tantalizar gearheads) e a forma como a secção rítmica soa trancada são a cereja no topo do bolo em “Hypersex”.
Uma colecção de canções vibrante que, nos momentos mais funk, consegue atingir um groove excepcional.
O terceiro álbum de Moullinex é uma colecção contagiante de músicas capazes de se destacarem de forma independente umas das outras, reflexo da panóplia de convidados presentes no disco, mas também da criatividade de Luís Clara Gomes. Ainda assim, aqueles que são mais adeptos de house vão preferir uma certa parcela do álbum, com a outra mais dedicada a adeptos a sonoridades mais clássicas como o disco e o funk.
Nesse sentido, e fazendo uma declaração de intenções, exaltamos momentos como “Work It Out” (que facilmente se percebe como uma exuberante homenagem a Prince), “Hidden Affection” ou “Like A Man” como donos de um groove verdadeiramente excepcional.