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NOS Alive 2024 | A Monotonia Psicadélica dos Unknown Mortal Orchestra

NOS Alive 2024 | A Monotonia Psicadélica dos Unknown Mortal Orchestra

2024-07-12, Nos Alive, Lisboa
Rodrigo Baptista
Inês Barrau
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Inconsistentes e algo desconectados com o público, os Unknown Mortal Orchestra não foram de todo um bom aquecimento para o resto do primeiro dia do NOS Alive 2024. A falta de dinâmica, assim como algumas deficiências na execução instrumental não fizeram deste escriba um novo fã.

Banda de culto dentro do espectro do rock psicadélico, os neozelandeses Unknown Mortal Orchestra destacam-se dos seus pares pelo seu experimentalismo nos campos do indie, lo-fi e jazz. De regresso a Lisboa seis anos depois, este não foi certamente o melhor concerto de Unknown Mortal Orchestra no nosso país.

As expectativas até eram elevadas, mas ficaram logo defraudadas ao primeiro tema, “From The Sun”. Logo desde o início do tema o guitarrista e vocalista Ruban Nielson demonstrou uma performance descuidada e desleixada na guitarra, chegando mesmo a enganar-se. Sem conseguir acertar com os arpejos dedilhados, o tone que apresentava também não ajudava, Nielson valeu-se da sua voz para, no nosso entender, salvar a sua prestação.

Ainda a promover “V”, o mais recente álbum do grupo, editado em 2023, e com um set curto, os Unknown Mortal Orchestra fizeram um apanhado dos melhores temas da sua carreira. “Necessary Evil”, com coros do público a acompanhar, “So Good At Being In Trouble” colada a “Waves of Confidence”, com alguns acenos sonoros aos seus vizinhos aussies Tame Impala foram alguns dos destaques.

À falta do tal dinamismo e encadeamento que esperávamos encontrar, decidimos focar a nossa atenção na interessante montra de gear que estava em cima do palco.

À falta do tal dinamismo e encadeamento que esperávamos encontrar, decidimos focar a nossa atenção na interessante montra de gear que estava em cima do palco. O baterista Cody Nielson fez-se acompanhar de um kit Ludwig e o teclista Christian Li incluiu no seu rig um Korg Mini e um Nord Stage. Na secção das cordas, o baixista Jacob Portrait recorreu a um Rickenbacker 4003 conectado a um Benson B-700 e Ruban Nielson alternou entre dois modelos relativamente estranhos, uma Baranik B3-R 3 e uma Rogue Sitar. Ambas estiveram conectadas a um Yamaha TA-20 com circuito Benson.

“That Life”, “Hunnybee” e “Can’t Keep Checking My Phone” encerraram a atuação. As três músicas apresentam um tempo upbeat e de certa forma recuperaram algum do entusiasmado desvanecido.

Em jeito de ressalva, dando o benefício da dúvida, vamos supor que este foi apenas um concerto menos bom num conjunto de 12 concertos que a banda já deu em Portugal. Desta forma, esperamos alterar a nossa consideração face à capacidade performativa dos Unknown Mortal Orchestra num futuro próximo.

SETLIST

  • From the Sun Swim and Sleep (Like a Shark) Necessary Evil So Good at Being in Trouble / Waves of Confidence Layla Multi-Love That Life Hunnybee Can’t Keep Checking My Phone