NOS Alive 2024 | Arcade Fire, Casa é Onde Está o Coração
2024-07-11, Nos Alive, LisboaPela quarta vez em cerca de dois anos os Arcade Fire subiram novamente a um palco português para demonstrar que mesmo estando longe da sua terra natal, o Canadá, é em Portugal onde mais se sentem em casa.
A celebrar 20 anos do álbum de estreia “Funeral”, a banda de Win Butler assentou a sua festa no NOS Alive onde teve que dividir o protagonismo com os The Smashing Pumpkins.
Foi num estilo de trupe itinerante que os Arcade Fire entraram em palco por volta das 00:00 para dar início ao seu concerto. Após onze concertos em Portugal, já devem ser poucos aqueles que, por vontade própria ou não, nunca viram o espetáculo barroco e faustoso da banda indie canadiana, isto se tivermos em conta que nos últimos dois anos a banda de Win Butler deu quatro concertos em Portugal.
Trazer novidades para uma setlist que está tão bem consolidada não é tarefa fácil, mas os Arcade Fire conseguiram fazê-lo com a ajuda de uma efeméride. 2024 marca o 20º aniversário do álbum de estreia da banda “Funeral”, desta forma estava criado um pretexto para mexer um pouco na setlist.
Os dois primeiros lugares do pódio do primeiro dia do NOS Alive 2024 já tinham sido “atribuídos” pela AS aos Parcels e aos The Smashing Pumpkins, desta forma, os Arcade Fire, a quem reconhecemos toda a competência, sobem ao pódio com um honroso terceiro lugar.
Foi ao som de “Sound and vision” de David Bowie que a banda entrou num palco cuja a cenografia apesar de simplicista centrou-se nos motivos florais, a condizer com o tema “Funeral” e numa gigante bola de espelhos presa no topo. Com o intuito de seguir uma ordem cronológica perfeita, o concerto teve início com uma visita ao EP homónimo editado em 2003 com “Vampire/Forest Fire” a surgir numa versão despida tocada por um quarteto de cordas. Depois sim, seguimos em frente no tempo com “Funeral”. Primeiro com a trilogia “Neighborhood”: “Neighborhood #1 (Tunnels)”, “Neighborhood #2 (Laika)” e “Neighborhood #3 (Power Out)” e depois com “Rebellion (Lies)”.
Na dianteira do palco uma passadeira fez as delícias dos fãs e facilitou a já habitual interação de proximidade entre banda e público. “Age of Anxiety II (Rabbit Hole)” permitiu continuar a festa dançável a quem vinha numa espécie de depressão pós-Parcels. “Reflektor” fez depois a ponte para “Afterlife” que, em jeito de saudação aos amigos The Smashing Pumpkins, trouxe um final alternativo com um trecho da letra de “Today”.
“No Cars Go” iniciou a reta dos grandes coros que se prolongam a pedido de Butler. Mais à frente “Sprawl II (Mountains Beyond Mountains)” deu protagonismo a Régine Chassagne que desceu do palco para estar mais próxima dos fãs. “Everything Now” e “Wake Up” foi o desfecho espectável e sempre apoteótico de um concerto que, cá para nós, não trouxe qualquer tipo de novidade. Os dois primeiros lugares do pódio do primeiro dia do NOS Alive 2024 já tinham sido “atribuídos” pela AS aos Parcels e aos The Smashing Pumpkins, desta forma, os Arcade Fire, a quem reconhecemos toda a competência, sobem ao pódio com um honroso terceiro lugar. Resumindo, foi um bom “after”.