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NOS Alive 2024 | Larkin Poe e Nathaniel Rateliff & The Night Sweats, Duas Facetas da Música de Raiz Americana

NOS Alive 2024 | Larkin Poe e Nathaniel Rateliff & The Night Sweats, Duas Facetas da Música de Raiz Americana

2024-07-12, Nos Alive, Lisboa
Rodrigo Baptista
Inês Barrau
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No segundo dia do NOS Alive 2024 o Palco Heineken recebeu as Larkin Poe e Nathaniel Rateliff & The Night Sweats, duas interessantes propostas do blues/southern rock e folk/americana contemporâneo.

Para todos os fãs da música de raiz americana, e dos seus variados subgéneros, o segundo dia do NOS Alive 2024 foi certamente o mais apetecível com as estreias em Portugal das Larkin Poe e dos Nathaniel Rateliff & The Night Sweats.

LARKIN POE

A carregar a tocha do blues/southern rock as manas Rebecca Lovell e Megan Lovell são um caso sério de duas guitarristas que têm alterado o paradigma da guitarra elétrica ao contribuir para uma paridade de género dentro deste meio. Oriundas do estado da Georgia, no sul dos EUA, mas estabelecidas agora em Nashville, as irmãs Lovell têm na música tradicional dos EUA, o blues e o southern rock, a sua grande paixão.

A génese da banda remonta a 2005 quando Rebecca Lovell e Megan Lovell se juntaram à sua irmã mais velha, Jessica Lovell, para formar as Lovell Sisters, um trio acústico. Mas, depois de algum sucesso a banda acabou por terminar em 2010. Ainda com o bichinho de continuarem a fazer música juntas, Rebecca e Megan reuniram-se nesse mesmo ano para formarem as Larkin Poe, cujo o nome é uma referência ao seu tetravô, um primo do escritor Edgar Allan Poe.

Riffs apetitosos e uma voz repleta de feeling de Rebecca e licks de slide de Megan que nos levaram a fazer aquelas caretas de aprovação deixaram-nos logo arrebatados e de queixo caído com a paixão e destreza técnica com que estas senhoras tocam o blues.

Com seis álbuns editados, as Larkin Poe tentaram apresentar no seu concerto um pouco do seu vasto repertório, deixando ainda espaço para duas covers. “Summertime Sunset” foi a escolhida para abrir a atuação. Riffs apetitosos e uma voz repleta de feeling de Rebecca e licks de slide de Megan que nos levaram a fazer aquelas caretas de aprovação deixaram-nos logo arrebatados e de queixo caído com a paixão e destreza técnica com que estas senhoras tocam o blues.

Se depois da primeira malha ainda restassem algumas dúvidas em relação às influências musicais das Larkin Poe, essas dissiparam-se depois de ouvirmos “Jessica”, clássico dos reis do southern rock, The Allman Brothers Band. «Vimos de Nashville e crescemos a ouvir bluegrass e música tradicional, e o rock ‘n’ roll vem da tradição, do blues», disse Rebecca.

Seguiram-se temas como “Bolt Cutters & The Family Name” e “Preachin’ Blues”, esta última um original da lenda do blues Sun House. Em termos de gear, Rebecca recorreu à sua Fender Custom Shop Stratocaster, já Megan teve sempre nas suas mãos uma Megan Lovell Beard Electro-Liege. A amplificação de ambas ficou a cargo de dois Fender Deluxe Reverb.

Com a estreia das Larkin Poe em Portugal a correr tão bem, as irmãs Lovell decidiram dar um presente ao público e estrear ao vivo o seu mais recente single “Bluephoria”, acabadinho de sair no mesmo dia.  “Bad Spell”, com o seu riff fuzzy à la Rival Sons, e “Wanted Woman – AC/DC” foram depois as escolhidas para encerrar a atuação.

Fãs da sua música ou não, o público que esteve no palco Heineken não pode negar a atitude destas mulheres que mostraram ao longo de uma hora que o blues é um género neutro.

NATHANIEL RATELIFF & THE NIGHT SWEATS

Depois de uma breve mudança de material foi a vez de Nathaniel Rateliff & The Night Sweats subirem ao palco. Aqui a música foi outra, mas não saímos das fronteiras da música tradicional dos EUA. 

Com raízes vincadas no folk, soul e americana, os Nathaniel Rateliff & The Night Sweats no palco Heineken do NOS Alive levaram-nos numa viagem pela cultura musical do interior dos EUA. Nathaniel pode só ter feito a sua estreia em Portugal agora, mas já não é novo nestas andanças. O seu percurso na música começou ainda como adolescente onde aprende a tocar guitarra como autodidata. Entre projetos pouco sucedidos como Born in the Flood, Nathaniel Rateliff & the Wheel e até mesmo a sua carreira a solo numa fase inicial, Nathaniel esteve mesmo para deitar a toalha ao chão, mas um milagre fez com que se juntasse aos The Night Sweats e em 2015 editassem o seu álbum de estreia homónimo um sucesso dentro do panorama da música soulful. 

Agora, com quatro álbuns de estúdio editados, os Nathaniel Rateliff & The Night Sweats apresentaram-se no NOS Alive para darem-nos um cheirinho de uma sonoridade que muitas vezes tem dificuldade em prosperar para lá das fronteiras dos EUA. 

À saída do palco o semblante da banda era de satisfação com uma grande ovação do público a mostrar-se como sinal de aprovação. 

Foi com um palco recheado de músicos, oito ao todo, que a banda entrou em cena para iniciar as hostilidades com “Suffer Me”. Carismático, Nathaniel Rateliff dá nome à banda, mas não se mostra a estrela da companhia. Várias secções solísticas surgem nas suas músicas para dar espaço aos outros músicos para brilharem. É também nesses momentos que Rateliff entretém o público com os seus passos de dança emprestados por James Brown, como aconteceu, por exemplo, em “Intro”. 

Os elementos que formam os Night Sweats são Mark Shusterman no Hammond B3, Korg Kronos, Mellotron e Fender Rhodes, Daniel Hardaway no trompete, Andreas Wild no saxofone barítono, Jeff Dazey no saxofone tenor, Patrick Meese na bateria, Joseph Pope III no Fender American Vintage II 1954 Precision Bass e Gibson Les Paul Triumph Bass e Luke Mossman na Gibson Les Paul Standard Goldtop e Fender Limited Edition MIJ Traditional II Jazzmaster.

Com o desenrolar do concerto, “I Need Never Get Old”, “Survivor”, “Dancing In The Dark” uma cover de Bruce Springsteen, “S.O.B.” e “Love Don’t” foram os destaques de um concerto que não deu muito espaço para uma interação mais cuidada de Nathaniel Rateliff. À saída do palco o semblante da banda era de satisfação com uma grande ovação do público a mostrar-se como sinal de aprovação. 

SETLIST

    Larkin Poe

  • Summertime Sunset
  • Jessica (The Allman Brothers Band Cover)
  • Bolt Cutters & The Family Name
  • Preachin’ Blues (Sun House Cover)
  • Strike Gold
  • Blue Ridge Mountains
  • Bluephoria
  • Two step
  • Bad Spell
  • Wanted Woman – AC/DC
  • Nathaniel Rateliff & The Night Sweats

  • Suffer Me
  • Intro
  • I Need Never Get Old
  • Look It Here
  • Survivor
  • Heartless
  • You Worry Me
  • A Little Honey
  • Howling at Nothing
  • Remember I Was a Dancer
  • Hey Mama
  • Call Me (Whatever You Like)
  • I’ll Be Damned
  • Dancing in the Dark
  • Trying So Hard Not to Know
  • S.O.B.
  • Love Don’t