Quantcast
NOS Alive 2024 | O Sermão de Benjamin Clementine Aos Céticos do Alive

NOS Alive 2024 | O Sermão de Benjamin Clementine Aos Céticos do Alive

2024-07-11, Nos Alive, Lisboa
Rodrigo Baptista
8
  • 8
  • 8
  • 8
  • 6

Posicionado no lineup do Palco NOS a pedido do próprio artista, Benjamin Clementine teve a difícil tarefa de provar que tem repertório, presença e carisma para encher o palco principal do Alive.

Não há dúvida que Benjamin Clementine é um dos artistas mais acarinhados pelo público português. Prova disso são os 24 concertos que já deu em Portugal entre 2015 e 2024, alguns deles em salas menos visitadas por artistas internacionais desta dimensão, como é o caso do Teatro Aveirense, em Aveiro, o Teatro das Figuras, em Faro, o Centro Cultural de Viana do Castelo, o Centro de Artes e Espectáculos, na Figueira da Foz, o Teatro Municipal da Guarda ou o Teatro Micaelense, em Ponta Delgada. Desta forma, não é de estranhar que o músico britânico tenha tido o à vontade de pedir à organização do Alive para tocar no palco principal do festival, o Palco NOS.

Sem querer contrariar o pedido do artista e acreditando na sua qualidade performativa, a Everything Is New, promotora do festival, acedeu ao pedido. Agora a bola estava do lado de Clementine, era ele que tinha que provar que a aposta no seu nome não tinha sido em vão.

Ainda a promover “And I Have Been”, Clementine subiu ao Palco NOS com o seu ensemble para uma homilia poética assente no seu pop experimental a puxar para o avant-garde. O início do concerto com “Difference”, “Residue” e “Auxiliary” foi algo morno. Os temas não estavam a passar para lá das primeiras filas. O tom monocórdico, assim como uma certa falta de dinamismo performativo não estavam a cativar os mais céticos, e se no segundo dia do Alive muitos defenderam a troca de Ashnikko por Aurora, no primeiro dia a discussão foi entre Clementine e os Parcels.

O tom monocórdico, assim como uma certa falta de dinamismo performativo não estavam a cativar os mais céticos, e se no segundo dia do Alive muitos defenderam a troca de Ashnikko por Aurora, no primeiro dia a discussão foi entre Clementine e os Parcels.

Mas Clementine soube construir uma performance em crescendo. Ora no Moog, ora no piano de cauda ou com a sua Taylor a tiracolo e a percorrer a passadeira à frente do palco, Clementine foi cativando mais ouvintes com a sua voz proderosa de tenor spinto. “Condolence”, “By the Ports of Europe”, “Nemesis” e “Adios” aqueceram a voz e os corações de todos os que encontram conforto na voz expressiva do artista.

“Genesis”, com o seu ritmo ternário estilo valsa, encerrou a actuação com Clementine a demonstrar-se satisfeito com a sua prestação e com a forma como foi conquistando o público que tinha duvidado da sua capacidade de encher as medidas do Palco NOS. Foi mais um bonito entardecer no Passeio Marítimo de Algés.

SETLIST

  • Difference
  • Residue
  • Auxiliary
  • Delighted
  • Cornerstone
  • Condolence
  • Jupiter
    By the Ports of Europe
    Phantom of Aleppoville (short version)
    Nemesis
    Adios
    I Won’t Complain
    Genesis