Phil Campbell And The Bastard Sons, Um Punhado de Clássicos dos Motörhead Para “Meia Dúzia” de Headbangers
2024-07-18, Lisboa Ao VivoDepois da sua estreia em Portugal no VOA 2022, os Phil Campbell And The Bastard Sons regressaram a Portugal, desta vez em nome próprio, para mostrar o seu repertório e celebrar o legado de Lemmy Kilmister e dos seus Motörhead. Porém, devido à elevada oferta de concertos ou não, o LAV apresentou-se completamente despedido, com apenas algumas dezenas de fãs e saudosistas a comparecerem para abanar a cabeça ao som dos clássicos da mítica banda da New Wave of British Heavy Metal.
Com Portugal cada vez mais na rota de grande parte das tours, torna-se mais difícil esticar a carteira para acorrer a todos os eventos que acontecem no nosso país. Só nesta semana tivemos para os fãs de rock o NOS Alive com Smashing Pumpkins, Sum 41 e Pearl Jam, os The Cult nos Coliseus, Tom Morello, Royal Blood e Maneskin no Super Bock Super Rock e estes Phil Campbell And The Bastard Sons no LAV e Hard Club. Naturalmente, escolhas têm que ser feitas e neste caso os sacrificados foram mesmo os galeses Phil Campbell And The Bastard Sons que atuaram para uma Sala 2 do LAV onde era possível contar todas as cabeças presentes sem qualquer dificuldade.
Mas, como se diz na gíria, “o espectáculo tem que continuar”, e assim foi. À hora marcada, Phil Campbell, juntamente com os seus três filhos, Todd na guitarra, Dane na bateria e Tyla no baixo, e Joel Peters na voz, subiu ao palco para uma noite de rock ‘n’ roll no seu estado mais puro. Caso se tenham esquecido, Lemmy não concordava nada com as designações de que os Motörhead eram uma banda de heavy metal ou de punk e todos os concertos proferia a célebre frase «nós somos os Motörhead e tocamos rock ‘n’ roll». Respeitando ao máximo esse lema, a banda arrancou a atuação com “We’re the Bastards”, a faixa que melhor caracteriza o rock ‘n’ roll bem disposto dos Bastard Sons.
Não querendo transformar os seus concertos exclusivamente em espectáculos de tributo aos Motörhead, Phil Campbell teve o cuidado de intercalar temas clássicos da sua antiga banda com temas dos três álbuns que os Bastard Sons já editaram. “Going To Brazil” do álbum “1916 (1991) foi a primeira passagem pelo catálogo da ex-banda de Phil. A escolha de um tema menos rodado, que não se apresenta como um clássico indiscutível, pareceu-nos bastante interessante. Os Motörhead lançaram ao todo 23 álbuns de estúdio e há muito mais por ouvir e descobrir para lá daquela meia dúzia de clássicos que já todos conhecemos de cor e salteado.
Já “Schizophrenia” e “High Rule” mostraram que os originais dos Bastard Sons têm qualidade e andamento para figurar ao lado do repertório dos Motörhead.
Já “Schizophrenia” e “High Rule” mostraram que os originais dos Bastard Sons têm qualidade e andamento para figurar ao lado do repertório dos Motörhead. Se são composições extraordinárias e memoráveis, isso já é outra história.
Quanto à reação do público, essa foi quase sempre fria e por vezes constrangedora, tal era o silêncio que se fazia sentir na sala em determinados momentos. Decidido em inverter esse facto, o vocalista Joel Peters optou por fazer uma pequena brincadeira ao dividir o público ao meio em “Born to Raise Hell” para um jogo de call and response. Este foi sem dúvida o momento em que o público se fez ouvir com mais entusiasmo.
Daí em diante, o concerto foi mantendo-se interessante com o auxílio das covers que compunham a setlist. “God Save The Queen” dos Sex Pistols, “Ace of Spades”, “Heroes” de David Bowie e “Overkill” a fechar souberam segurar o pouco público presente. A banda acabou por agradecer aos resistentes e saiu de palco sem demoras. E pouco mais há a dizer.
SETLIST
- We’re the Bastards
- Freak Show
- Going to Brazil (Motörhead Cover)
- Schizophrenia
- High Rule
- Born to Raise Hell (Motörhead Cover)
- Straight Up (Phil Campbell Song)
- God Save the Queen (Sex Pistols Cover)
- Dark Days
- Ace of Spades (Motörhead Cover)
- Strike the Match
- Maniac
- Killed by Death (Motörhead Cover)
- “Heroes” (David Bowie Cover)
- Overkill (Motörhead Cover)