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Rock in Rio Lisboa 2024: Europe, De Estocolmo a Lisboa foram 42 anos de distância

Rock in Rio Lisboa 2024: Europe, De Estocolmo a Lisboa foram 42 anos de distância

2024-06-15, Rock in Rio Lisboa
André Sousa
Inês Barrau
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Os Europe eram certamente um dos nomes mais esperados do primeiro do Rock in Rio Lisboa.

Se os “nossos” Xutos & Pontapés, horas antes cantavam…”De Bragança a Lisboa são 9 horas de distância”, para os suecos Europe chegarem aqui levaram mais de quatro décadas. É certo e sabido que já tinham atuado em Olhão (2010) e em Vila Real (2011), mas Lisboa ainda não tinha presenciado em palco o “hard n heavy” melódico cujo o hit principal (por agora) não será mencionado. Aliás, reduzir os Europe, grupo com 12 discos de estúdio, apenas ao tal hit seria extremamente injusto.

Este era certamente um dos nomes mais esperados da noite. Sobretudo para uma plateia mais madura que paulatinamente se foi abeirando e enchendo os arredores do Palco Galp, à medida que o concerto dos “vizinhos” Evanescence se aproximava do fim com “Bring Me to Life”.

Luzes, câmaras, ação! Os Europe começam fortes ao som do hard rock de “On Broken Wings”, (o lado B do tal hit, cujo o nome ainda não queremos escrever). Joey Tempest, forte na voz e carisma. John Norum, guitarrista de enorme craveira de fazer inveja até a conterrâneos como Yngwie Malmsteen. Ian Haughland, sólido nessa “casa de máquinas” sonora que é a bateria. Mic MIchaeli, com visual de velho hippie, a fazer lembrar Jon Lord dos Deep Purple nos teclados e por fim, John Leven, mais discreto no baixo. Aqui estava a formação clássica dos Europe, ao serviço do Rock in Rio, pronta para dar um excelente concerto que só pecou porque merecia ter estado no palco principal.

O simpático vocalista sente que tem a multidão da “casa” aos seus pés e os Europe tocam “Rock the Night”.

«Bela M**da», exclama um exuberante Joey Tempest num português quase perfeito. O simpático vocalista sente que tem a multidão da “casa” aos seus pés e os Europe tocam “Rock the Night”, outra grande canção (do disco que ainda não podemos revelar o nome). Segue-se mais de uma hora de concerto em que a banda vai alternando entre mais clássicos, como a balada “Carrie” que pôs muitos dos “jovens” dos anos 80 a cantar de pulmões abertos, ou canções mais recentes como a excelente “Hold Your Head Up” e as épicas: “Last Look of Eden” e “Walk the Earth”, com um cunho mais Led Zeppelin.

Pelo meio, um grande momento de power metal nórdico, com “Scream of Anger” do disco “Wings of Tomorrow” (1984). Pena não terem ido ao disco de estreia resgatar um “Seven Doors Hotel” ou “In the Future Come”, mas ficará para outra oportunidade.

Para o final, do disco “Out of this World” a roqueira “Ready or Not” (com Joey Tempest a fazer companhia a John Norum na guitarra) e uma versão interessante de “Supestitious” no qual os Europe não estiveram com meias medidas e arriscaram meter pelo meio a “No Woman, no Cry” de Bob Marley.

Ainda antes do prato final, serviram mais um clássico: “Cherokee”. Depois, seguiu-se a apoteose, como não podia deixar de ser, e veio o tal hit que os pôs nas bocas do mundo e que vendeu aos milhões: “The Final Countdown”! Tudo aos pulos e com o telemóvel na mão. Pais, avós e netos em comunhão no momento que todos mais queriam. O delírio do povo do Rock in Rio.

Os Europe despedem-se em apoteose. Naquele momento, se tivesse sido o último concerto da noite no Palco Mundo, talvez ninguém se teria queixado.