Russian Circles: Como Desenhar um Círculo Perfeito

A história de amor entre o público português e os Russian Circles parece não ter fim. Os norte-americanos deram há uns dias o seu sétimo concerto em terras lusitanas.

Em pleno coração de Alvalade, o RCA Club viu a sua casa completamente a abarrotar para o concerto do trio de post-rock. A espera foi sofrida pois o primeiro concerto, que tinha sido anunciado como uma, surpresa revelou-se uma verdadeira decepção. Falamos de Putan Club, uma dupla italo-francesa avant-garde que causou um verdadeiro sofrimento ao público durante aproximadamente uma hora e meia.

Seguiram-se os Cloakroom que nos trouxeram um shoegaze com pinceladas de hardcore e stoner. O concerto ficou no entanto aquém das expectativas.

Mas foi para Russian Circles que lá fomos e finalmente chegava a hora do trio pisar o palco. Já veteranos no nosso país, sendo este o sétimo concerto que dão por estas bandas, notou-se que o conjunto já sabe como agradar o nosso público.

Mal o concerto começou, toda a sala do RCA ficou emersa nos riffs emersivos do trio. Numa espécie de transe fomos somente levados pelos caminhos que os Russian Circles traçavam.

Sem nunca descurar os temas antigos como “Harper Lewis” e “309”, a grande novidade foi “Guidance”, quinto álbum de originais produzido por Kurt Ballou.

Este novo disco é a consagração de uma carreira de já 13 anos e pode ser descrito como se flutuássemos numa quase gravidade emocional. Este confere-nos uma sensação de colapso introspectivo, em vez da clássica tranquilidade-explosão associado do género post-rock. Os nossos destaques para os novos temas vão para a triunfante “Mota” e para “Afrika”.

Para encore ficou reservada a “Youngblood”, uma das melhores malhas do conjunto. Ficou apenas a faltar “Lisboa” para a despedida perfeita. No entanto sabemos que para Russian Circles será apenas um breve até já!

Fotos cedidas por LFLORES.