O regresso discográfico do projecto de Ana Miró chega-nos a partir de um EP triunfante, que peca apenas pela sua curta duração. Mas note-se a evolução desde o seu primeiro longa duração. Deixa-se para trás aquela sobre-produção de Moullinex, em “Penelope”, e reduz-se apenas ao essencial, a partir de uma produção mais fresca e leve assinada por Filipe Paes (Sr. Eduardo Urso), que consegue captar a essência do pop portentoso de Sequin.
Eden agracia-nos com bangers electropop. Contagiantes e orelhudos
“Eden”, editado pela Lovers & Lollypops, é apresentado como uma jóia com uma fina e superficial cobertura “glossy”, que mascara as letras angustiantes, pesadas e ligeiramente gráficas compostas por Miró. Ajuda, assim, a definir melhor não só a base de Sequin, mas também a dar mais dimensão à personagem apresentada.
Em menos de 20 minutos, “Eden” agracia-nos com bangers electropop, contagiantes e orelhudos como “Ellipse” ou “Icecream” e build ups bem conseguidos, como o de “SVU” (que durante os primeiros tempos pensámos ser uma homenagem a SWV), e que, resumidamente, traduz-se para um pequeno “lombinho”, sem gorduras, que derrete facilmente nos ouvidos.