No segundo álbum dos Quartet Of Woah!, o peso sonoro é uma diferença evidente para “Ultrabomb”. A banda submeteu a sua amplificação a uma dieta de esteróides.
Desde que “As In Life” abre num riff uníssono entre teclados e guitarras (o que será amiúde usado ao longo do disco com tremendo sucesso), avançando depois para uma estrutura que, exceptuando a voz, podia fazer parte de “Fireball” ou “Machine Head”, os álbuns quintessenciais do Mark II dos Deep Purple, que somos dominados pelo sentido épico do segundo álbum dos Quartet Of Woah!.
E não se trata de uma observação provocada, simplesmente, pelo distorção cruzada com o Hammond. Há aqueles momentos abertos, “meio jamm“, que aliviam o peso estrutural da canção… E, por maiores que sejam as marcas cronológicas dos temas (apenas quatro), este trabalho homónimo acaba por ser mais simples que o álbum de estreia, “Ultrabomb”, de 2012.
Até porque a maior duração dos temas deriva de maiores introduções ou momentos atmosféricos, o que poderia ser interpretado como preguiça, não fosse um pormenor: a elegância colossal das composições.
Este álbum também é sempre mais épico, quer no tamanho da tremenda parede sonora, quer nos momentos de coros vocais que, como sucede na King Crimsonesca/Pink Floydeana “Forth By Light”, chegam a ser apoteóticos. Se o último tema, “Days Of Wrath”, é o mais catchy (e não é que o riff final tem ali um cheirinho de “Dazed And Confused”?), o final “A Flock Of Leaves” terá o carácter mais próximo ao prog dos anos 70 e ao do próprio “Ultrabomb”. É neste tema que se destaca mais o charmoso som de baixo (tão vintage) que o disco tem, ao lado da bateria demolidora.
O peso sonoro é uma diferença evidente para “Ultrabomb”. A banda submeteu a sua amplificação a uma dieta de esteróides. No entanto, entre o primeiro e este segundo disco, por maior maturidade que os músicos manifestem em ambos, fica também a sensação de que a banda está a descobrir ainda todo o potencial do seu som. Felizmente, há já dois excelentes discos para esperar essa plenificação.