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Ulver

Flowers Of Evil

House Of Mythology, 2020-08-28

EM LOOP
  • Russian Doll
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  • Nostalgia
Nero

Em “Flowers Of Evil”, Kristoffer Rygg, novamente sob a produção de Martin Glover (Killing Joke), segue a estética de “…Julius Caesar” e mergulha mais profundamente no mundo sintetizado da synth pop.

O décimo-sexto álbum dos Ulver é simultaneamente íncrivel e apenas mais um disco em que os noruegueses tornam a surpreender nesse trilho que se iniciou na segunda vaga do black metal do seu país de origem e que passou a usar a experimentação, orquestal e electrónica, como matriz sonora. E este disco acompanha, precisamente, “Wolves Evolve: The Ulver Story”, um livro de 150 páginas com entrevistas e fotos de arquivo.

“Flowers Of Evil” não se afasta muito de “The Assassination Of Julius Caesar” e isso já é dizer muito sobre a qualidade deste novo trabalho. Aliás, neste álbum a banda mergulhou ainda mais fundo no universo synth pop, nos beats, groove nas sequenciações, robustez nos baixos e swing nas guitarras, fortes ganchos melódicos e refrões bem demarcados.

Tal como no álbum de 2017, a produção está a cargo de Michael Rendall e Martin Glover (baixista dos lendários Killing Joke). Christian Fennesz empresta guitarras e sintetizações ao tema que abre o álbum, “One Last Dance”.

Qualquer banda pode, a certa altura, optar por deixar o seu som primordial e alargar as suas margens estéticas, mas a questão é fazê-lo de forma que se sinta orgânica, natural e carregada de groove. Isso, poucas, muito poucas bandas com as suas raízes no metal extremo conseguiram fazer com a elegância que se ouve e se sente na música de Kristoffer Rygg e de forma tão… Descontraída!

“Flowers Of Evil” não é um álbum surpreendente para quem sempre acompanhou os Ulver, é surpreendente por, mais uma vez, ser um disco tão bom. Se nunca ouviram esta banda, este trabalho é um soberbo pórtico de acesso que desmistifica aquela ideia da incompatibilidade entre arte superior e prazeres fúteis.