Future: Então afinal o futuro é isto?!?!
2017-07-14, Super Bock Super Rock 2017Há já umas edições para cá que um dos dias do Super Bock é progressivamente dedicado ao hip-hop. Depois do sucesso de Kendrick Lamar no ano passado, este é um género que conhece cada vez mais adeptos por estas estas bandas. Future foi o escolhido para cabeça de cartaz do segundo dia.
Há anos que se anuncia o fim do rock. O indie também já não é tão cool como era há uns anos atrás. Já o hip hop tem conquistado um terreno interessante, uma vez que as possibilidades dentro do género são quase ilimitadas. Mas, tal como em todos os estilos musicais, há bom hip hop e mau hip hop.
Esta aposta do Super Bock Super Rock tem tanto de muito interessante como de arriscado. Neste caso específico o risco foi enorme e resultou num dos piores concertos das últimas edições do festival, com a agravante de que se tratava do cabeça de cartaz.
Pensando em alternativas, as mais lógicas seriam por um lado Tyler the Creator, que acabou por cancelar o concerto mas que estaria, no entanto, no palco secundário, ou mesmo Pusha T, que actuou nesse mesmo dia às 17h e faria melhor justiça a fechar a noite, não tivesse o mesmo que dar outro concerto na Bélgica.
Restou Future. Apresentando-se em palco com apenas um ecrã gigante e três bailarinos (que saudades da banda de Kendrick). E o dj? Esse serve de “hypeman” mas encontra-se completamente escondido da vista do público. Ou seja, até podia não ter estado lá que seria igual.
Numa hora e pouco, o músico apresentou mais de duas dezenas de canções, sem nunca as passar na íntegra. No seu concerto reinam os refrões sempre em forma de “mumble” (um termo caro para dizer que não se percebe nada do que ele está a cantar) banhado em auto-tune. Quanto aos instrumentais o trap é definido pela criação de beats que pouco mais necessitam de um rato e um computador e que possuem sempre a mesma estrutura lógica. O êxito “Mask Off” é exemplo disso. Tal como as restantes músicas de Future.
A verdade é que este tipo de espectáculo angaria público. Muito público. Cada vez mais público.
Resumindo, e não querendo estar a bater na mesma tecla (até porque me poderia enganar e fazer um beat de trap), a actuação de Future ficou longe daquilo que podemos considerar um concerto, uma vez que a diferença entre ter estado na Meo Arena ou em casa com headphones ou numa discoteca no Algarve foi nula.
A verdade é que este tipo de espectáculo angaria público. Muito público. Cada vez mais público. Vários foram os jovens que balbuciaram as letras de Future enquanto seguravam nos seus smartphones e partilhavam o momento nas inúmeras redes sociais. Aqui percebe-se a intenção do Super Bock Super Rock que acima de tudo tem como principal missão vender bilhetes. Por outro lado, a escolha foi um pouco preguiçosa visto que no mundo do hip hop existe cada vez mais oferta com qualidade.
Não foi permitido à Arte Sonora captar fotografias do concerto.
Foto: Mário Vasa / Super Bock Super Rock
SETLIST
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Peacot
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Commas
March Madness
Mask Off - (fornecida pela Música no Coração)