Bob Dylan: Biógrafo diz que Alegações de Abuso Sexual não são Possíveis

19 Agosto, 2021

Bob Dylan foi recentemente processado por ter alegadamente abusado sexualmente de uma rapariga de 12 anos em 1965. O músico nega todas as acusações e entretanto o biógrafo Clinton Heylin vem acrescentar novos dados ao caso.

O escritor britânico Clinton Heylin, que escreveu extensivamente sobre a vida e obra de Bob Dylan, defende que as recentes alegações de abuso sexual feitas contra Dylan «não são possíveis» devido à cronologia dos acontecimentos.

Recorde-se que uma mulher processou Dylan por múltiplos incidentes de abuso sexual que alegadamente tiveram lugar durante um período de seis semanas em Abril de 1965, quando a queixosa tinha 12 anos de idade e o artista 23 ou 24.

O processo instaurado a 13 de Agosto no Supremo Tribunal de Manhattan alega que Dylan forneceu à acusadora drogas e álcool, antes de abusar sexualmente dela no Chelsea Hotel, em Nova Iorque.

A acusadora, identificada apenas como J.C., procura ser ressarcida por danos não especificados e pretende um julgamento com júri, alegando ainda que sofreu «danos físicos e psicológicos» e «danos emocionais e psicológicos».

Entretanto, um representante de Bob Dylan já negou as alegações, chamando-lhes «falsas» e dizendo que serão «vigorosamente defendidas».

Em declarações ao Huffington Post, Clinton Heylin expressou muitas dúvidas sobre a linha temporal que a queixosa estabeleceu no seu processo judicial. O mais recente livro publicado em Maio por Heylin, “The Double Life of Bob Dylan: A Restless, Hungry Feeling, 1941-1966”, cobre os primeiros anos de Dylan – incluindo o período em que o abuso terá alegadamente ocorrido no processo judicial.

«Não é possível», disse Heylin. «Dylan estava em digressão pela Inglaterra durante esse período, e esteve em Los Angeles durante duas dessas semanas, mais um ou dois dias em Woodstock. A digressão foi de 10 dias, mas Bob voou para Londres a 26 de Abril e chegou a Nova Iorque a 3 de Junho. Se Dylan esteve em Nova Iorque em meados de Abril, foi por não mais do que um dia ou dois. Woodstock foi onde ele passou a maior parte do seu tempo quando não estava em digressão».

Clinton Heylin acrescenta que se Dylan esteve em Nova Iorque, o cantor «ficou invariavelmente no apartamento do seu manager, em Gramercy, não no Chelsea».

Heylin expressa ainda que, na altura em questão, um documentário sobre Dylan estava a ser filmado, “Don’t Look Back”. Como tal, Heylin argumenta que Dylan estava a ser seguido por uma equipa de filmagem, mostrando muitas dúvidas sobre se o cantor poderia cometer os alegados crimes durante esse tempo.

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