Fotoreportagem: Wheel, Epica e Apocalyptica tomaram o palco do Coliseu dos Recreios em Lisboa

16 Fevereiro, 2023

Numa noite dedicada ás correntes mais sinfónicas e orquestrais do heavy metal, os Epica e os Apocalyptica tomaram o palco do Coliseu dos Recreios para dar uma lição de mestria técnica e virtuosismo.

No vasto mundo dos subgéneros do heavy metal existem vários estilos que são muitas vezes menosprezados por uma falange de puristas que por norma gosta de definir quais são “os verdadeiros” subgéneros do heavy metal. Dentro da longa lista está recorrentemente presente o metal sinfónico, um subgénero que se caracteriza pela combinação de elementos de música clássica (sinfónicos, orquestrais e operáticos) com heavy metal tradicional. As razões para tal depreciação não são totalmente claras, mas podemos congeminar que o facto de não ser um subgénero “tão pesado” como outros pode ser uma delas, ou então, o facto de ser um género onde predominam as mulheres enquanto vocalistas e frontwoman, algo que certamente fará alguma “comichão” a alguns metaleiros que se apresentam um certo preconceito machista. O que é certo é que a julgar pela moldura humana presente ontem no Coliseu dos Recreios pode-se dizer que o metal sinfónico está de muita boa saúde e carregado de músicos que dominam a arte de bem tocar os seus instrumentos. Podes ler a review completa aos concertos, aqui.

A lente da Arte Sonora esteve presente e podes ver as fotoreportagens em baixo.

Os primeiros a subir ao palco foram os finlandeses Wheel, detentores de dois álbuns e um EP, “Rumination”, a sair no Outono esforçaram-se para a ingrata tarefa de tocar para um público que tinha outra agenda.

Após uma curta atuação da banda britânica Wheel ficámos surpreendidos ao ver que os roadies estavam  a colocar em palco um keyboard e a tirar o pano de uma bateria com double bass, o sinal estava dado, os Epica é que iam estranhamente tocar primeiro nesta “The Epic Apocalypse Tour 2022”. Por norma, existe um certo padrão que determina que a banda “maior” é que fecha a noite, mas bem vistas as coisas a tour é encabeçada pelos Apocalytpica e os Epica acabam por surgir aqui como convidados especiais. Esse estatuto secundário em nada afetou a qualidade da performance, que se desenrolou ao longo de cerca de 1h:30m, e que proporcionou  à banda holandesa mais tempo para tocar do que aquele que tivera no festival VOA Heavy Rock 2022.

Após uma ausência de seis anos, os Apocalyptica regressaram finalmente a Portugal para proporcionar uma atuação soberba a todos aqueles cujo coração se encontra divido entre o heavy metal e a música clássica. Num concerto que poderia facilmente ter acontecido numa sala como o Grande Auditório do CCB, os Apocalyptica demonstraram que independentemente da estética da sua música estes preferem que os seus concertos sejam experienciados numa sala que permita ter uma plateia em pé e onde o público possa estar mais solto. e onde o público possa estar mais solto. Já com 30 anos de carreira, são particularmente conhecidos no meio por serem uma banda de violoncelistas que faz covers de músicas de metal, sendo que para a história fica o mítico álbum “Plays Metallica By Four Cellos” (1996). O que é certo é que os Apocalyptica também dispõem de um vasto repertório de originais, menos conhecido do grande público, mas que também apresenta várias músicas com uma grande qualidade composicional, ou não fossem eles músicos com estudos de conservatório.

 

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