As Últimas Horas do Rock N’ Roll
As últimas horas de Lemmy e o esforço glorioso do músico na sua última digressão. O testemunho do manager dos Motörhead.
Foi no passado dia 24 de Dezembro que Lemmy celebrou o seu 70º aniversário. O líder dos Motörhead não fez por menos e, dias antes, a festança foi grande. No Whisky A Go Go, vários pesos pesados do hard rock celebraram a data com o britânico e nomes como Slash, Zakk Wylde, Sebastian Bach, Billy Idol ou Lars Ulrich subiram ao palco da icónica sala para prestar homenagem a Lemmy Kilmister. Quiçá, a grande festa terá sido como o canto do cisne, afinal Lemmy padecia de diversos problemas de saúde e estaria ciente de se encontrar perto do fim.
As testemunhas referem que Lemmy, acabado de regressar da Europa, estava débil. Foram décadas a fumar dois maços de tabaco e a beber, pelo menos, uma garrafa de Jack Daniels por dia. O músico cortou radicalmente nos seus vícios com álcool e tabaco, mas ainda assim não teve melhorias significativas em problemas como diabetes e arritmia cardíaca. Mesmo assim, em Agosto, os Motörhead lançaram um novo álbum, “Bad Magic”, e voltaram à estrada como sempre.
O manager dos Motörhead, Todd Singerman, revela à Rolling Stone o tremendo esforço do músico para subir a palco. «Ele já não fazia soundchecks. Ele já não dava entrevistas. Ele não conseguia fazer nada. Pensar na energia e “par deles” que conseguia ir buscar para continuar a dar os concertos para os fãs, até ao último concerto há duas semanas atrás, e depois cair. Para mim, é como um dos filmes do Rocky. É a coragem no seu zénite. Ele estava a morrer. Ele não sabia, mas o seu corpo sentiria. Não lhe restava mais nada».
Dois dias depois da festa de arromba, Lemmy sentiu dores no peito e deslocou-se a um serviço de urgências, mas os médicos não encontraram qualquer problema cardíaco. Após insistência, o músico foi submetido a mais exames, pois a sua capacidade de discurso estava bastante afectada. Exames raio-X mostraram enormes manchas no cérebro e pescoço. O diagnóstico apontava para 2 a 6 meses de vida. Singerman refere que Lemmy reagiu serenamente às notícias do cancro, comentando apenas: «Oh, apenas dois meses, hein?» Ao que o médico lhe disse que qualquer outro diagnóstico seria estar a dar falsas esperanças.
Foi contratada uma equipa de enfermagem para cuidar de Lemmy no seu domicílio, que foi também equipado para cuidados paliativos. Singerman tratou de informar os familiares e amigos do músico. Antes que a grande maioria pudesse chegar a Los Angeles para o visitar, Lemmy faleceu.
«O que me revolta é que ele foi visto por milhares de médicos e em hospitais por todo o mundo e ninguém deu por isto», lamenta Singerman. «Dizerem que há um cancro em estado terminal, com todos os exames que ele fez durante a vida e tudo isso? É muito duro perceber isso. Ele nem sequer teve o raio de uma hipótese. Foi: Não duras mais de seis meses»!
O artigo completo, das últimas horas de Lemmy, pode ser lido na Rolling Stone.