A casa no número 5 da Rue de Verneuil, em Paris, onde o icónico Serge Gainsbourg viveu durante mais de 20 anos, até ao fim da sua vida, permaneceu intacta desde que o músico morreu subitamente de um ataque cardíaco a 2 de Março de 1991. Agora, a casa vai ser um museu.
Músico, actor, realizador, pintor, poeta e compositor francês, nasceu a 2 de Abril de 1928, em Paris, com o nome Lucien Ginzburg. Quando morreu, a sua filha, a actriz Charlotte Gainsbourg, tinha apenas 19 anos e desde então tem falado frequentemente sobre a sua dificuldade em lidar com a morte do seu pai, um dos ícones maiores da arte francesa do final dos anos 1960.
Charlotte comprou o edifício no 7º bairro parisiense logo após a morte do pai e tem-no preservado com cuidado desde então, estando agora preparada para o abrir como um museu. Charlotte esperava que o edifício estivesse pronto a tempo do 30º aniversário da morte do pai, mas a pandemia atrasou os trabalhos do projecto e a sua abertura está agora agendada para Outubro.
Charlotte Gainsbourg prépare l’ouverture de la rue de Verneuil https://t.co/lU6pwecjVM pic.twitter.com/396PL0lZ8Q
— Paris Match (@ParisMatch) February 20, 2021
A actriz – e também cantora – disse à agência noticiosa AFP que o museu dará aos visitantes uma sensação do ambiente onde Serge Gainsbourg produziu todo o seu trabalho, e espera que se torne parte da herança de Paris. Os visitantes poderão ver a grande sala de estar, com o seu piano e art deco bar e a significativa colecção de esculturas do compositor francês. «Não sei o que é: uma sala de estar, uma sala de música, um bordel, um museu».
O interior da casa, com as suas paredes negras e salas recheadas de memórias, pode ser visto em numerosas fotografias da época. Charlotte viveu lá com os seus pais durante grande parte da sua infância, no meio de festas e filas de malta entre copos e outras substâncias, até Serge Gainsbourg e Jane Birkin, um dos casais mais famosos da época, acabarem por se separar em 1980. Serge permaneceu na casa enquanto Charlotte vivia principalmente com Jane.
5 bis rue de Verneuil … adresse mythique @franceculture https://t.co/34BVA1B2M9
— IsaLa (@Isa_LaGree92) March 2, 2021
As salas têm permanecido intocadas desde a morte de Gainsbourg, e nem as suas pontas de cigarro foram retiradas do cinzeiro, segundo a actriz e cantora inglesa Jane Birkin. «Nada foi mexido desde o dia em que ele morreu. Tudo ainda está no seu lugar, é como se ele tivesse acabado de adormecer. Charlotte tem cuidado de tudo, do aquecimento [e de tudo o resto], é extraordinária, tem preservado tudo como em A Bela Adormecida», disse Birkin.
Certo é que o edifício na Rue de Verneuil não passa despercebido a quem por lá passa, já que os fãs cobriram as paredes com retratos, tributos, letras e mensagens. Ao longo dos anos, no meio de queixas de moradores da rua, o trabalho dos fãs tem sido várias vezes apagado, mas as homenagens pouco ou nada demoram a reaparecer nas paredes, tornando o local numa atracção turística imperdível.
#SergeGainsbourg disparaissait il y a 30 ans : sa fille Charlotte veut ouvrir au public sa maison (5 bis rue de Verneuil) "avant la fin de l'année" https://t.co/dfSFpJ19ad]
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Reflectindo sobre a influência que o seu pai teve nas gerações seguintes de músicos, Charlotte pergunta-se agora como é que ele se teria saído no mundo de hoje. «Teria ele sido banido dos nossos ecrãs? Ele tinha tantas facetas, expressou o seu lado negro. Não tinha segredos, era uma personalidade tão rica, cuja grande sensibilidade coexistia com um grande sentido de provocação. Nunca se vê isso hoje em dia».
Hoje, 2 de Março, passam exactamente 30 anos desde a morte de um dos maiores compositores franceses de sempre. Carrega no play para recordares um dos seus muitos emblemáticos temas, daqueles que ficam para sempre.