Cocaína e sexo oral no Starship
Foi no início dos anos 70 que, imagine-se, Bobby Sherman (que era uma espécie de Pat Boone para adolescentes no máximo da fúria hormonal) e o seu manager, Ward Sylvester, renovaram um Boeing 720, da United Airlines, e o transformaram na “Starship”. O avião esteve ao serviço, por exemplo, dos Bee Gees, Elton John, Deep Purple, Rolling Stones e Led Zeppelin.
O Starship possuía luxos como um quarto com uma cama kingsize, com colchão de água, uma sala de estar com uma lareira falsa, um enorme bar, um órgão eléctrico, um sistema de vídeo com uma colecção que ia desde os filmes dos Irmãos Marx ao “Garganta Funda”. Além disso, duas camareiras serviam os músicos que viajam no avião. Voar num dos maiores símbolos do poder e glória da era dourada do rock n’ roll tinha custos “à altura”. Cada hora de vôo custava aproximadamente 2.500 dólares.
Richard Cole refere-se ao Starship como um palácio de gin e, claro, a banda da qual era o manager no território norte-americano, os Led Zeppelin, foi a primeira a alugar o avião, em 1973. Uma das imagens mais famosas da banda, da autoria de Bob Gruen, é mesmo junto ao Starship. «Resume o excesso e decadência dos anos 70, o facto destes tipos que nem tinham botões terem o seu próprio avião», afirmou o fotógrafo à Billboard.
O Starship inspira mesmo a season 6 da série “Californication”, com a estrela rock da série, Atticus Fench a viajar no avião. Afinal, não faltam histórias sobre as viagens na máquina voadora, uma delas uma grata memória de Robert Plant, vocalista dos Led Zeppelin, que durante uma viagem de enorme turbulência foi acalmado por uma fã, que praticou no vocalista o seu talento no sexo oral. O próprio empresário da banda, Peter Grant, tem a reputação de “desaparecer” para a casa de banho, levando groupies a reboque, e só ressurgir no final dos vôos. Para não falar na primeira vez que os Allman Brothers viajaram no avião e receberam as boas vindas com o nome da banda escrito em linhas de cocaína.
O Hollywood Reporter publicou um artigo em que, além destas histórias, vários músicos relembram as suas viagens no lendário avião.
O Starship, contudo, teve uma comissão de apenas cerca de 4 anos. Os custos elevadíssimos de aluguer e combustível falaram mais alto. O último artista a usar o avião foi Peter Frampton. Depois a aeronave foi mudando de donos até que, em 1982, foi desmantelada e viu as peças serem vendidas.