No novo áudio que foi agora disponibilizado podemos ouvir as pistas onde foram gravadas as guitarras ritmo e solo de uma das músicas mais icónicas do álbum “Thriller” de Michael Jackson.
Todos sabemos que “Thriller” de Michael Jackson é um dos álbuns com maior sucesso da música popular e um dos mais relevantes na história da música do séc. XX, prova disso são as 70 milhões de cópias vendidas em todo o mundo e o estatuto do álbum mais vendido de sempre.
Contudo, o álbum não seria o mesmo se não tivessem contribuído para a sua gravação uma série de hired guns extremamente qualificados que ainda lhe conferiram um caráter mais especial. Entre os músicos que tocaram no álbum estão os nomes de Jeff e Steve Porcaro (Toto) ou Greg Phillinganes (Stevie Wonder, Eric Clapton, David gilmour), mas seriam dois guitarristas, que em 1982 já se encontravam no auge da sua carreira, que ajudariam Michael Jackson a explorar um novo caminho sonoro.
Falamos claramente de Eddie Van Halen (Van Halen) e Steve Lukather (Toto), que foram trazidos a pedido de Jackson para conferir ao álbum uma sonoridade mais abrangente que fosse do pop ao rock, algo bem patente na faixa “Beat It”, onde Eddie gravou o mítico solo de guitarra e Lukather as guitarras ritmo. Aliás, Steve colaborou em várias parte do álbum, tendo gravado guitarras em três faixas, baixo em numa música e ainda proporcionado um arranjo musical para outra.
Mas “Beat It” foi inevitavelmente o ponto forte para todos os amantes da guitarra. A colaboração dos dois titãs da guitarra elétrica conferiu à faixa uma componente mais roqueira e agressiva, algo que “Thriller” não explorava muito. Agora com este novo áudio disponibilizado é possível ouvir com maior detalhe cada elemento que Eddie e Lukather trouxeram para faixa, nomeadamente o riff principal que se encontra dobrado em diferentes oitavas e repartido entre os dois canais estereofónicos com a linha mais grave a aparecer à esquerda e a mais aguda à direita/centro, ou o riff dos versos cuja linha melódica gravada por Lukather na guitarra e baixo surge também repartida entre os dois canais, sendo que desta vez o baixo surge à esquerda e a guitarra à direita. Quanto ao solo de Eddie já tínhamos captado todas as nuances técnicas presentes, desde o tapping ao alternate picking, passando pelo uso da whammy bar, mas o que ainda é mais interessante é o seu posicionamento sonoro. O centro seria o mais provável e até indicado, mas o que é certo é que Quincy Jones opta por deslocá-lo um pouco mais para esquerda, numa configuração sonora centro/esquerda.
O timbre de guitarra monstruoso é outro dos aspetos a destacar. Lukather inicialmente experimentou alguns Marshall, no entanto Quincy Jones não se encontrava satisfeito com o resultado. A solução passou por mudar para um Fender Deluxe e conferir à sonoridade uns pozinhos de overdrive. O resultado está à vista, uma das maiores malhas de sempre!
Abaixo podes ouvir as guitarras isoladas e desfrutar de todas as nuances sonoras de que falámos.