Estatuto dos trabalhadores [intermitentes] da Cultura revisto e implementado em 2021
Segundo o Governo, “a conclusão do novo estatuto dos profissionais da Cultura é uma peça decisiva para o futuro do sector cultural e criativo em Portugal“.
O estatuto dos profissionais da área da Cultura “será revisto e implementado” em 2021, lê-se no projecto de proposta de lei das Grandes Opções do Plano (GOP) para 2021. O documento, já aprovado pelo Conselho de Ministros e ao qual a agência Lusa teve acesso, calendariza para 2021 a aplicação de um estatuto laboral específico, há muito reivindicado pelos trabalhadores das Artes, Cultura e Espectáculos em condições de precariedade e intermitência.
Segundo o Governo, “a conclusão do novo estatuto dos profissionais da Cultura é uma peça decisiva para o futuro do sector cultural e criativo em Portugal” e cujas fragilidades foram este ano agudizadas por causa da pandemia da covid-19, com a paralisação de grande parte da actividade cultural durante vários meses.
Em Maio passado, já em plena paralisação do sector, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, comprometeu-se publicamente a ter o estatuto laboral dos trabalhadores – comummente descrito como “estatuto do intermitente” – até ao final do ano.
Na altura, Graça Fonseca disse que o estatuto do intermitente era uma das suas “três prioridades absolutas“. As outras eram: “Que esse estatuto seja feito este ano o mais rapidamente possível, para que no próximo ano [2021] já possa ter impacto na vida dos profissionais do sector” e que haja “um maior investimento público na Cultura“.
Em 26 Junho, a ministra pedia aos deputados envolvimento e consenso sobre a criação do estatuto e voltou a prometer a apresentação de uma proposta até ao final deste ano. “Era muito importante que nos entendêssemos, da direita à esquerda, até ao final do ano, termos este trabalho feito e podermos resolver finalmente o estatuto do profissional da Cultura“, disse.
Na área da Cultura, o projecto de proposta de lei das GOP para 2021 reúne medidas que o Governo já tinha manifestado anteriormente intenção de prosseguir, como a “modernização tecnológica de Museus, Palácios e Monumentos“, incluindo a disponibilização de bilhetes online, e a elaboração de um plano estratégico para o cinema e audiovisual.
A criação de uma lotaria de Património, em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a implementação da Rede de Teatros e Cineteatros, a criação de uma Rede de Centros de Arte Contemporânea, de âmbito nacional, e a constituição de redes de bibliotecas públicas regionais, no âmbito das Áreas Metropolitanas e Comunidades Intermunicipais, são outras medidas apresentadas.
Destaque ainda para a conclusão “de um estudo nacional sobre o sector da Cultura e impactos da covid-19, para mapear e melhor conhecer o tecido cultural em Portugal“.
O projecto de proposta de lei das GOP para 2021 será agora analisado e alvo de parecer por parte do Conselho Económico e Social (CES).