Hellfest 2020 Cancelado. Organização Arrasa Seguradora
Devido ao coronavírus, a organização do Hellfest cancelou a edição deste ano. A Albingia, a companhia de seguros do evento, recusa-se a pagar um cêntimo dos prejuízos, em violação do contrato, refere a organização num comunicado furioso.
A par do Wacken, o Hellfest é dos maiores festivais de música do mundo especialmente dedicado ao heavy metal. Devido à actual pandemia, a edição deste ano (realizava-se entre os dias 18 e 20 de Junho) foi cancelada. O evento realizado em solo francês passa para 2021 e procurará manter a composição do seu cartaz ao máximo, para que aqueles que têm bilhete mantenham também os seus planos de marcar presença em 2021.
Entre os headliners estão bandas como os Opeth, Judas Priest, Deftones, System Of A Down, Korn, Deep Purple, Faith No More, Sepultura e Mayhem, além de dezenas de outros nomes consolidados no underground distribuídos pelos vários palcos.
Se o cancelamento da edição deste ano não é nenhuma surpresa, é aliás a medida mais racional, a organização enfrenta outro problema de monta. A companhia de seguros que deveria cobrir os custos do cancelamento recusa-se a pagar qualquer quantia, alegadamente violando o contrato em vigor com a organização do Hellfest. No site oficial do HELLFEST, a Hellfest Productions Association deixou um duro comunicado a este respeito.
Deixamos a tradução, com a cortesia dos nossos colegas na LOUD!: «É com pesar que tomamos a decisão de adiar a edição de 15.º aniversário do evento para os dias 18, 19 e 20 de Junho de 2021. Sabendo dos riscos e ciente das suas responsabilidades, a Hellfest Productions Association, tomou o cuidado de comprar um seguro contra todos os riscos da Albingia, uma companhia empresa francesa localizada em Levallois Perret, pela modesta quantia de 175,000 euros. Essa era a quantia correspondente ao contrato premium, que deveria cobrir todos potenciais riscos que levariam a um cancelamento.
O contrato estipulava claramente que as perdas financeiras devido a possíveis pandemias seriam cobertas desde que tivesse sido assinado antes do surto e o reconhecimento da pandemia pelas autoridades francesas ou pela Organização Mundial de Saúde. O nosso contrato foi celebrado a 17 de Dezembro de 2019, antes do vírus aparecer na China. No entanto, aqui estamos e, para aqueles que ainda duvidavam, a nossa companhia de seguros está a mostrar que é mais fácil pagar seguros premium do que obter compensação pelos danos que deviam estar cobertos. Portanto, fomos recusados pela Albingia porque esse “tipo” de pandemia não se enquadrava na nossa apólice de seguro. Como é óbvio, contestamos essa interpretação.
Para a Albingia, a solidariedade é para os outros, correndo o risco de colocar os seus segurados em dificuldades financeiras. O raciocínio deles é simples: Cobrar por um seguro de cancelamento? SIM!. Compensar-nos? NUNCA! A ideia?! Fazer um jogo de palavras e interpretações, para depois irmos para tribunal num processo que dura vários anos. Enquanto isso, a empresa manterá o dinheiro que deveríamos poder receber. Esta é a razão pela qual queremos colocar um holofote em todas essas práticas vergonhosas, especialmente em momentos como esse. Solidariedade e cumprimento de compromissos deveriam ser as principais preocupações de uma companhia e seguros.
Em suma, enquanto aguardamos um longo processo, há apenas duas palavras nos vêm à cabeça para descrever esta situação: FODAM-SE!».
PODES LER AQUI A RESPOSTA DA SEGURADORA.