Quantcast
A Morte Inesperada de José Mário Branco. As Reacções dos Músicos Portugueses

A Morte Inesperada de José Mário Branco. As Reacções dos Músicos Portugueses

Redacção

CERIMÓNIAS FÚNEBRES: As cerimónias fúnebres de José Mário Branco decorrerão a partir de hoje no Salão Nobre da Voz do Operário, em Lisboa, nos seguintes períodos: Dia 20, quarta-feira, entre as 17H00 e as 22H30; dia 21, quinta-feira, a partir das 11H00 e até à hora de saída do funeral, que será às 17H30, dirigindo-se ao cemitério do Alto de São João, em Lisboa.

—-

Os músicos portugueses foram surpreendidos pela notícia da morte de José Mário Branco. Em declarações a meios de comunicação ou nas suas redes sociais, destacam as qualidades humanas e o génio musical do “Zé Mário”.

A notícia da morte de José Mário Branco foi inesperada. Não lhe era conhecida qualquer doença grave. Hoje de manhã a sua morte foi confirmada à agência Lusa pelo seu manager, Paulo Salgado.

Muitos músicos já reagiram à notícia da morte do cantor. Por exemplo, Camané, que trabalhou sob a tutela de produção de José Mário Branco, a disse à RTP3 que José Mário Branco foi «extremamente importante» no seu percurso musical e na sua carreira. Com as lágrimas a embargarem-lhe a voz, Camané descreveu o compositor como um «artista fantástico de uma dimensão incrível muito para além de um artista de intervenção», destacando o seu perfil enquanto produtor: «extraordinário, tinha bom gosto, respeito pela estética musical e uma sensibilidade única».

José Cid sublinha que José Mário Branco ainda tinha muito para dar e ficará na história dos grandes nomes da música popular portuguesa. Em declarações à Rádio Observador, sublinha que os arranjos de cordas e o trabalho como compositor  José Mário Branco «eram geniais». O guitarrista Mário Delgado partilhou a canção “Cada Dia São Cem”, resumindo a importância musical José Mário como «um dos grandes e sempre muito à frente».

Já Miguel Pedro, baterista dos Mão Morta, destacou o ser humano, «serás sempre uma das minhas pessoas favoritas», partilhando ainda a colaboração entre Os Mão Morta e José Mário Branco, na canção “Loucura”. O tema fez parte do álbum UPA – Unidos Para Ajudar, disco que com a participação de vários artistas portugueses que cantam em dueto e resultou de uma campanha de acção social, uma iniciativa da Associação Encontrar+se, contra a discriminação de pessoas que sofrem de doenças mentais. Adolfo Luxúria Canibal escreveu no seu instagram que está em choque com a notícia.

Fast Eddie Nelson refere na sua página pessoal, acompanhando uma foto de José Mário, que é «verdade que o mundo é composto de mudança. Só que há dias em muda para pior».

Nas redes sociais, vários artistas ou grupos portugueses têm deixado a partilha de uma canção ou de uma imagem de José Mário Branco, acompanhada de eulogias ou despedidas. Caso dos Dead Combo, Solar Corona, Amor Electro ou dos Moonspell.

 

Ver esta publicação no Instagram

 

“Eu cresci a ouvir Zé Mário, a TV era a rádio e a minha primeira rima foi à porta do infantário!” 🖤 😔 Que possa sempre honrar o seu exemplo. Não esquecendo nunca que a música não é só estética, e muito menos técnica, porque a ética é a sua dimensão mais importante. Que pena nunca o ter conhecido pessoalmente para lhe agradecer. Para lhe dizer que o primeiro CD que tive era dele (oferecido pelo meu pai). Para lhe dizer como cresci com a sua voz, acreditando que a “Ronda do Soldadinho” era música para crianças. E para lhe dizer que uma das coisas que mais me orgulha na minha cidade é ter feito nascer um tipo com a sua fibra! Já liguei ao meu Pai. Morreu um amigo. 🖤😔 Um abraço à sua família!

Uma publicação partilhada por a_capicua (@a_capicua) a

 

Ver esta publicação no Instagram

 

Desde miúdo que este disco me fascinava. Na capa um homem de ar zangado, microfone em riste, cabelo desgrenhado e bigode farto. Depois o autocolante que o selava e onde se lia “por determinação expressa do autor fica proibida a audição pública parcial ou total desta obra”. Era um disco proibido, perigoso. Um disco tão visceral que me fazia tremer a cada audição. E apesar de não ter guitarras eléctricas nem bateria nem baixo era o disco mais rock que os meus pais tinham lá em casa. Depois as perguntas que me meteu na boca sobre o 25 de Abril, a censura, a PIDE, o PREC, o FMI e sobre aquela intensidade desarmante em cada palavra. Em 2006 tive uma alegria enorme quando consentiu que utilizássemos um sample desse disco numa canção de Linda Martini. Ainda hoje é das coisas de que mais me orgulho na música. Obrigado por me mostrares como se faz.

Uma publicação partilhada por André Henriques (@_andrehenriques_) a

 

Ver esta publicação no Instagram

 

Era assim, foi assim há poucos dias, iria ser sempre assim.

Uma publicação partilhada por Katia Guerreiro (@katia_guerreiro) a