Neil Peart Morreu Aos 67 Anos
O lendário baterista dos Rush, para muitos o melhor do mundo, morreu aos 67 anos de idade.
A triste notícia chegou hoje, dia 10 de Janeiro, e choca todos os amantes da música rock. Neil Peart, o baterista e liricista dos Rush morreu na passada terça-feira, dia 07 de Janeiro, em Santa Mónica, na Califórnia. O músico tinha 67 anos de idade. A causa da morte foi um tumor cerebral, com o qual Peart lutou discretamente nos últimos três anos, de acordo com Elliot Mintz, porta-voz da família Peart. Um representante da banda confirmou a notícia.
Neil Peart foi um dos melhores bateristas na história da música. Nascido a 12 de Setembro de 1952, em Ontário, no Canadá, a sua proficiência técnica e virtuosismo fundaram uma nova era no prog rock. O baterista juntou-se a Geddy Lee e a Alex Lifeson em 1974, substituindo John Rutsey (que gravou o primeiro álbum dos Rush) quando a vida pessoal deste o impediu de assumir a primeira digressão da banda. Apesar de ser considerado um portento técnico, Peart foi sempre um acérrimo auto-didacta.
Já nos Rush, foi um dos dínamos da mudança do som da banda que se tornou reconhecida pela capacidade técnica dos seus músicos e composições complexas, carregadas de polirritmos. Os discos dos Rush, com as letras de Peart, passaram a abordar temas de fantasia, ficção científica e até filosofia. Numa discografia longa e de excelência, quiçá “2112” seja a obra-prima do trio. Estima-se que os Rush ascendam aos 40 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo.
Em 2015, os Rush davam por encerrada a sua actividade ao vivo. Neil Peart confessava-se relutante em afastar-se dos seus entes queridos, mas afirmava que se houvesse digressão daria o máximo de si nos concertos, pois era o seu trabalho. Em entrevista à revista Prog, Peart admitia: «É um autêntico dilema – não há uma resposta correcta. As pessoas perguntam-me se ainda fico entusiasmado com digressões. Deveria ficar entusiasmado por deixar a minha família? Não, nem eu nem ninguém. É tão simples quanto isto: se colocares de lado a ilusão, [uma digressão] é o que é e tem que ser feito. E se for está tudo bem e entrego toda a minha energia e entusiasmo a isso, mas claro que estou dividido a esse respeito». A lenda da bateria confessava ainda que a ideia de deixar a sua filha de 5 anos lhe dava sentimentos de culpa. «Faço isto há 40 anos e sei separar as coisas. Consigo aguentar ter saudades dela, mas não consigo aguentar que ela sinta a minha falta, é-lhe doloroso e impossível de compreender. Como pode uma criança processar isso?»
A banda ainda ponderou terminar a sua digressão dos 40 anos, a R40 Live Tour, mas no ano seguinte o guitarrista Alex Lifeson colocava uma pedra sobre o assunto, admitindo que o esforço de uma digressão era demasiado para Neil Peart: «Honestamente, ele nem queria fazê-la [a digressão R40]», confessou. «Tem sido cada vez mais difícil para ele. Mas comprometeu-se e prosseguiu com a digressão. No que toca a sua parte, aquela marcou o fim das digressões. Os ombros doíam-lhe, e os braços, e os pés e os cotovelos também. Doía-lhe tudo. Mas ele queria dar 100%. Foi difícil para ele conseguir atingir isso na última digressão. Portanto, eu percebo. Fiquei desapontado e acho que o Geddy [Lee] também ficou muito desapontado. Gostaríamos de continuar a digressão durante um pouco mais. Mas já não dá».
Houve sempre muitos boatos sobre se a banda regressaria ou não, mas sabe-se agora que Neil Peart, além das dificuldades físicas, passou a lutar contra esse tumor. Nestes últimos anos, o baterista vivia com a esposa, a fotógrafa Carrie Nuttall, e a filha Olivia em Santa Mónica, na Califórnia. Depois do primeiro comunicado de Mintz, também os Rush se despediram do seu baterista nas suas redes sociais…