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NOS Alive 2023: Red Hot Chili Peppers e o seu aguardado regresso a Portugal

NOS Alive 2023: Red Hot Chili Peppers e o seu aguardado regresso a Portugal

Rodrigo Baptista
Arlindo Camacho

Após uma ausência de seis anos dos palcos portugueses, os Red Hot Chili Peppers encheram o Passeio Marítimo de Algés de “Unlimited Love”. Entre jams instrumentais, sing alongs e uma super lua deslumbrante, o destaque foi mesmo o regresso triunfal desse portento da guitarra que é John Frusciante.

O Passeio Marítimo de Algés esgotou no primeiro dia de NOS Alive para celebrar acima de tudo o regresso dos Red Hot Chili Peppers Portugal.

Estávamos em 1991 quando, após a edição do aclamado “Blood Sugar Sex Magik”, John Frusciante anunciou à banda o seu desejo de sair. As razões prendiam-se com o sucesso e com a ascensão dos Red Hot Chili Peppers (RHCP) a estrelas de rock, algo em que John não se revia e com o qual não conseguia conviver. John acabaria por ficar na banda até ao verão de 1992, a sua decisão foi tomada meia hora antes de subir ao palco num concerto no Japão, e menos de um mês antes da banda ser o cabeça de cartaz do festival Lollapalooza. Frusciante decidiu depois focar-se na sua carreira a solo, já os RHCP acabariam por prosseguir a sua carreira na década de 90 com o guitarrista Dave Navarro, até que, em 1998 e já após de Navarro ter sido despedido e de os RHCP estarem à beira do colapso, devido às suas dependências, surgem declarações de Flea a referir que a banda só teria capacidade para continuar se Frusciante regressasse. O convite estava feito e rapidamente os RHCP reuniram-se em estúdio com John para compor e gravar um dos seus melhores álbuns “Californication”. O regresso do guitarrista fez a banda ganhar um novo ímpeto criativo, há semelhança do que já tinha sucedido em 1988 quando entrara pela primeira vez para o projecto. Frusciante continuaria a lançar mais álbuns com os RHCP por mais uma década, até que chegados a 2008, a banda decidiu entrar num hiato, devido à exaustão causada pela extensa tour de promoção a “Stadium Arcade” (2006). Já em 2009, e após este intervalo, voltou a circular a notícia de que Frusciante tinha saído do grupo uma segunda vez. À semelhança do que tinha acontecido em 1992, os RHCP prosseguiram a sua carreira com um novo guitarrista, desta vez com Josh Klinghoffer.

Fast foward para 2019, e sem nada que o fizesse prever, os RHCP anunciaram nas redes sociais que Frusciante estava outra vez de volta para uma terceira incursão. Mais uma vez influenciado por Flea, John procurou demonstrar a si próprio que ainda sabia compor grandes malhas rock e prova disso foi o lançamento de, não um, mas dois álbuns em 2022. Falamos de “Unlimited Love”, editado em Abril e “The Return Of The Dream Canteen”, editado em Outubro.

Ao NOS Alive apenas trouxeram o primeiro, visto que o segundo não teve qualquer representação na setlist. Contudo, foi com um momento arrojado, mas de certa forma aquele que transmite a forma mais pura de praticar rock ‘n’ roll, que a banda entrou em palco. A já famosa “Intro Jam” colocou os três instrumentistas Flea, Chad Smith e John Frusciante a demonstrar todas a sua valências técnicas, como se ainda existisse algo a provar, e transportou-nos até aos saudosos anos 70 quando três indivíduos de seu nome Jimmy Page, John Bonham e John Paul Jones partiam para extensas jams instrumentais que arrebatavam multidões. No NOS Alive, a coisa não foi diferente e a jam acabou por ir desaguar no hino “Can’t Stop”. O público estava automaticamente ganho, Flea com o seu slap bass imaculado, John Frusciante com os seus riffs “afunkalhados” que enfatizam a melodia, Chad Smith com o seu groove natural e Anthony Kiedis com a sua forma tão própria de rappar.

Confere o alinhamento e a reportagem completa ao concerto, aqui.