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O Streaming é uma Mina de Ouro, mas os Artistas Continuam a Receber Migalhas

O Streaming é uma Mina de Ouro, mas os Artistas Continuam a Receber Migalhas

António Maurício

As maiores editoras mundiais (Universal, Sony e Warner) fizeram acordos e facturam milhões de dólares por dia enquanto os artistas continuam a lutar por percentagens superiores.

Os serviços de streaming, como o Spotify ou a Apple Music, estão a gerar milhões de dólares diariamente para a Universal, Sony e Warner, as maiores editoras mundiais. De acordo com a reportagem da Music Business Worldwide, as três empresas facturaram, em conjunto, 6.96 mil milhões de dólares em streaming no ano de 2018. Por dia, os lucros atingiram os 19 milhões de dólares. Por hora, 800,000 mil dólares.

Ao analisar os números, podemos concluir que as plataformas digitais são cada vez mais pertinentes. Vejamos: os lucros totais destas três editoras (streaming + vendas e formatos tradicionais) em 2018 foram de 13.14 mil milhões de dólares. Ou seja, o streaming ocupa mais de metade desta percentagem.

A editora com maiores lucros em 2018 foi a Universal (UMG). Em comparação com 2017, a editora apresentou um aumento de 864 milhões de dólares por ano, ou 2.4 milhões por dia. O dobro, em relação com o ano de 2016. Os artistas mais populares da Universal são Drake, Lady Gaga, Ariana Grande, Post Malone e The Beatles.

A Associação Americana da Indústria de Gravação reporta que o streaming ocupa actualmente 75% de todos os lucros da indústria musical. Mas este novo modelo não está a ser justamente partilhado com os artistas. O Spotify ou a Apple Music estão a pagar fracções de um cêntimo por cada música reproduzida, enquanto as editoras recebem 80% dos lucros como parte de contratos tradicionais. Os artistas mais populares conseguem negociar estas percentagens mas, normalmente, não conseguem ultrapassar os 50%.

Esta luta entre artistas e editoras não é nova. Os lucros dos artistas sempre foram reduzidos em comparação com as grandes corporações que distribuem e publicam.

Na nova era de Streaming, as maiores editoras e as empresas de tecnologia que proporcionam os serviços digitais estão a ver lucros cada vez maiores, mas os músicos não. The Black Keys, Tool, Beck Hansen, Taylor Swift ou Thom Yorke são alguns dos artistas que já expressaram descontentamento com as novas plataformas através de protestos, boicotes ou a não-autorização da discografia em streaming.