Plataformas De Streaming São Donas Disto Tudo
Em pleno Dia Mundial da Música, nada melhor do que analisar como andam os nossos hábitos de audição dessa maravilhosa arte que a muito poucos passa indiferente. Sem grande surpresa, é ao streaming que grande parte dos ouvintes recorrem quando querem ouvir música.
Graças à pandemia, o número de assinaturas/pessoas que realmente pagam por serviços como Spotify, Apple Music, Tidal ou outros – aumentou 35% em relação ao ano transacto.
Sem grandes surpresas, o Spotify está na liderança com 35% de todas as subscrições pagas, seguido pela Apple com 19%, a Amazon Music com 15%, a China Tencent com 11% e o YouTube Music com 6%. Os restantes 14% estão divididos entre Napster, Deezer, Tidal, Quboz e outros menos conhecidos.
Se analisarmos mais números, verificamos que, ao longo do último ano, foram 1,6 milhões os artistas que disponibilizaram a sua música para streaming. De relevo é o facto de apenas cerca de 1% – um total de 16 mil artistas – sugarem 90% dos direitos de todos os streamings. O que deixa apenas 0,6% para os restantes 1,44 milhões de artistas. Não admira que tantos artistas tenham dificuldades em ganhar dinheiro com esta ‘nova’ realidade.
Entretanto, o gigante Spotify anda ocupado com um par de coisas. Um dos grandes handicaps do gigante desenvolvido na Suécia é que está a perder a oportunidade de entrar em Áudio de Alta Resolução para apelar aos audiófilos, enquanto plataformas como o Tidal, o Deezer e alguns outros já o oferecem.
Mas eis que o Spotify está a olhar mais à frente, para algo a que os responsáveis chamam “Áudio 3D”. Isto não é um qualquer tipo de formato surround, mas antes um com maior resolução (ou seja, maiores taxas de bits) e maiores percepções espaciais.
O Spotify está também a afinar os seus algoritmos para incluir uma componente de “nostalgia”. A plataforma vai olhar para as nossas idades e história de audição e depois recomenda canções mais antigas que, na nossa opinião – julgam os programadores -, vão desencadear nostalgia nos ouvintes.
Todos estes dados surgem depois do estudo que confirma que estão enganados os que achavam que plataformas como Spotify ou Deezer iam acabar com a pirataria. O relatório confirma que a pirataria não terminou, nem diminuiu, apenas mudou de forma. O YouTube continua a ser o serviço legítimo mais explorado por ‘stream-ripping’, seguindo-se o Spotify e o SoundCloud. E a propósito do YouTube, já havíamos apresentado um estudo relativo aos lucros desta plataforma quando a Alphabet/Google anunciou os seus resultados financeiros do primeiro trimestre de 2020. Há alguns pontos que dizem respeito à indústria musical e que valem a pena estudar.
De resto, a Recording Industry Association of America lançou no mês passado um relatório sobre o primeiro semestre de 2020 e, como a Bloomberg realçou, possui um dado surpreendente: pela primeira vez desde 1986, as vendas de vinil ultrapassam as de CDs. Todavia, a luta entre os formatos físicos é escaramuça pouco significativa, afinal, as plataformas de streaming são as donas disto tudo.
Assim se ouve a música por estes dias…