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R.I.P. Eurico Cebolo

R.I.P. Eurico Cebolo

Redacção

Eurico Cebolo, autor dos icónicos manuais de música em Portugal, como o “Órgão Mágico” e “Guitarra Mágica”, faleceu no dia 17 de Dezembro aos 83 anos.

Como avançou a webzine Roma Inversa, faleceu Eurico Augusto Cebolo, fundador da loja Musicarte, no Porto. Não são conhecidas as causas de morte.

Cebolo talvez seja mais conhecido como autor de inúmeros livros de música, que foram o primeiro professor e para muitos músicos portugueses, o único método de ensino na música. Há dezenas de gerações de músicos que certamente perderam várias horas a aprender as bases musicais com os icónicos manuais “Órgão Mágico” e “Guitarra Mágica”, e que continuarão a ser um recurso precioso para quem quer dar os primeiros passos pelo mundo musical. Arriscou-se ainda no romance literário, mas sem o mesmo reconhecimento que obteve na pedagogia musical.

 

Pode ler-se na biografia, no website da Musicarte, que «Eurico Augusto Cebolo nasceu em 28 de Outubro de 1938, numa pequena aldeia de Trás-os-Montes chamada Coleja, situada perto do rio Douro e pertencente ao concelho de Carrazeda de Ansiães. De família humilde, frequentou o Colégio João de Deus, no Porto, onde estudou, gratuitamente, devido à sua boa capacidade de aprendizagem. Aos 16 anos, emigrou com os pais para Moçambique e ali iniciou o estudo da música. A esta arte consagrou toda a sua vida.

Em 1962, obteve o prémio para a melhor canção portuguesa concorrente ao Festival Hispano-Português, em Aranda dei Duero. Compôs diversas letras e músicas executadas pelas orquestras Típica e de Variedades do Rádio Clube de Lourenço Marques. Posteriormente, foi galardoado mais cinco vezes em Espanha e Moçambique. Em 1975, encontrando-se de férias em Portugal, foi vítima de um acidente de viação quando um camião chocou contra o carro em que ele seguia e no qual morreu o condutor, seu primo. Por tal motivo, viu-se impedido de regressar a Moçambique. Perdidos 50% dos movimentos da mão direita, a sua carreira como músico-concertista terminava assim, abruptamente.

É da sua autoria o disco “Natal Mágico”, com 20 canções, cuja parte orquestral foi, totalmente, gravada por ele em sintetizador. Publicou vários romances e algumas dezenas de livros dedicados ao ensino musical, na grande maioria editados em português, inglês e francês, com grande divulgação no nosso país e também no estrangeiro. Sempre gostou de escrever e já no colégio desenhava histórias aos quadradinhos que depois vendia aos colegas mais abastados. Autor da letra e música das canções “Lisboa, Lisboa, Lisboa…” que venceu o Concurso da Grande Marcha de Lisboa, em 1999 e “Lisboa do Ano 2000” que venceu o Concurso da Grande Marcha de Lisboa do ano 2000.»