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R.I.P. Fausto Bordalo Dias

R.I.P. Fausto Bordalo Dias

Comunicado de Imprensa
Inês Barrau

Um dos nomes maiores do cancioneiro português, Fausto Bordalo Dias, faleceu no dia 30 de Junho, aos 75 anos.

Fausto Bordalo Dias tinha 75 anos e a notícia da sua morte foi confirmada pelo representante da agência Ao Sul do Mundo, dizendo que o compositor foi vítima de doença prolongada.

Fausto é um dos maiores nomes da música portuguesa, entre 1970 e 2011 gravou 14 discos, onze de originais, duas compilações e um disco ao vivo. Deixa-nos temas como o “O barco vai de saída”, “Como um sonho acordado”, Navegar, Navegar” e “A guerra é a guerra”.

Aprendeu a tocar guitarra em Angola, onde viveu os primeiros anos da sua vida, mas foi quando chegou a Lisboa que descobriu os sons do seu país. Estabeleceu-se em Portugal quando tinha 18 anos, ainda nos anos fortes da ditadura, onde estudou Ciências Políticas e Sociais no ISCSP. Foi como estudante que começou a fazer as suas primeiras gravações, e que travou amizade com Adriano Correia de Oliveira e um pouco mais tarde com José Afonso. Dois músicos instrumentais na sua formação como músico.  Conhecido por levar o seu tempo a produzir os seus álbuns, revolucionou a música portuguesa com a sua “Trilogia”, que começou com “Por Este Rio Acima”, passou pelo “Crónicas da Terra Ardente” e terminou no “Em Busca das Montanhas Azuis”.

Nos tempos da ditadura escreveu e cantou música de protesto, mas mais recentemente com o seu disco “A Ópera Mágica do Cantor Maldito”, voltou aos temas políticos e de protesto contra o sistema político estabelecido em Portugal e na Europa, actualmente.

O seu último álbum foi editado em 2011, “Em busca das montanhas azuis” e desde então fazia algumas apresentações ao vivo esporádicas.

Em 2018, a Arte Sonora esteve no grande auditório do CCB, para nos deixarmos levar por Fausto na sua longa longa jornada musical pela diáspora que os portugueses efectuaram pelo mundo a partir do séc. XX. Recorda aqui.


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