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Relatório Semestral da RIAA: Vinil Ascende, Mas Serviços de Streaming Dominam

Relatório Semestral da RIAA: Vinil Ascende, Mas Serviços de Streaming Dominam

Redacção

A Recording Industry Association of America lançou na passada semana um relatório sobre o primeiro semestre de 2020 e, como a Bloomberg realçou, possui um dado surpreendente: pela primeira vez desde 1986, as vendas de vinil ultrapassam as de CDs.

De acordo com o relatório da RIAA, as vendas de vinis atingiram o valor de $232.1 (milhões de dólares) nos primeiros seis meses de 2020. Um valor que é quase o dobro dos $129.9 atingidos na vendas de compact discs. O total relacionado com os CDs representa um declínio de 48% em vendas.

A especulação natural é relacionar essa quebra com a obrigatoriedade do isolamento em casa durante o período da pandemia. E o mesmo pode ser dito sobre o total de vendas físicas, que caíram 23%. Pode ser apenas uma tendência, com as pessoas a preferirem o streaming digital.

A Billboard indica que as primeiras “chegadas” do Record Store Day (realiza-se em múltiplas datas este ano) promoveram a melhor semana de vendas de vinil de 2020, chegando aos 802,000 discos vendidos nesse período. Talvez com o levantamento das restrições COVID, o que parece não ir abrandar, muito pelo contrário, a música em formato físico pudesse recuperar ligeiramente no remanescente do ano.

Apesar das quedas das vendas físicas, a indústria dos discos aumentou os seus lucros em 5.6%, totalizando $5.7 biliões de dólares nos dois primeiros quartos de 2020. A RIAA atribui isto ao crescimento de 24% nas subscrições de serviços de streaming e a um aumento de 14% de receitas de streaming, até aos $4.8 biliões. De facto, o streaming é responsável por 85% do total de receitas entre Janeiro e Junho.

O streaming dependente de publicidade aumentou 3%, para os $421 milhões – um decréscimo em relação aos últimos anos, onde o crescimento foi brutal, explicado pelo decréscimo dos valores de publicidade devido à pandemia. Pudera que o CEO do Spotify acuse os músicos de preguiça e queiram mais lançamentos…

O streaming é a tendência dominante na venda de música. Aliás, as vendas de álbuns digitais continuam a cair. Com vendas na ordem dos $351 milhões, ainda superam largamente cada um dos formatos físicos, mas decresceram em 22% no período homólogo em 2019. Podem consultar o relatório completo aqui.

Já no Discogs (onde predomina o mercado em segunda mão) houve um feliz aumento de 30% no comércio de formatos físicos.

Enfrentamos tempos de incerteza e a imprensa não é excepção. Ainda mais a imprensa musical que, como tantos outros, vê o seu sector sofrer com a paralisação imposta pelas medidas de combate à pandemia. Uns são filhos e outros enteados. A AS não vai ter direito a um tostão dos infames 15 milhões de publicidade institucional. Também não nos sentimos confortáveis em pedir doações a quem nos lê. A forma de nos ajudarem é considerarem desbloquear os inibidores de publicidade no nosso website e, se gostam dos nossos conteúdos, comprarem um dos nossos exemplares impressos, através da nossa LOJA.

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