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Ritchie Blackmore Sobre Malmsteen: «Normalmente dirias, é um idiota. Mas…»

Ritchie Blackmore Sobre Malmsteen: «Normalmente dirias, é um idiota. Mas…»

Redacção

Ritchie Blackmore é uma das grandes influências de Yngwie Malmsteen. O lendário guitarrista ex-Deep Purple confessa que nem sempre consegue compreender o espampanante shredder sueco, mas que o considera um guitarrista muito interessante.

Yngwie Malmsteen nasceu em Estocolmo, Suécia, em 1963, e aos 10 anos formou os Track On Earth, a sua primeira banda – um duo com um amigo da escola a tocar bateria. Entretanto, lançou 22 álbuns de estúdio numa carreira que se estende por mais de 40 anos. Antes de iniciar a sua carreira a solo, Malmsteen foi o guitarrista da banda americana Steeler, tocando no homónimo álbum de 1983, e depois juntou-se aos Alcatrazz de Graham Bonnet, nesse mesmo ano, surgindo apenas no álbum “No Parole From Rock N’ Roll”.

O seu primeiro álbum a solo, “Rising Force”, lançado em 1984, ganhou o prémio da Guitar Player para Melhor Álbum de Rock e foi nomeado para os Grammy Awards na categoria de “Melhor Instrumental de Rock”. Atingiu a posição 60 na tabela geral de vendas de álbuns na Billboard. Portanto, o shredder sueco tornou-se conhecido nos anos 80 por desenvolver um estilo de execução neoclássico no heavy metal, seguindo as veredas abertas por nomes como Randy Rhoads e Ritchie Blackmore. Este último foi reconhecido por Malmsteen como uma das suas maiores influências.

Quando lhe foi pedido, numa entrevista com Music Radar, em 2019, para listar os 10 guitarristas que mais o impressionaram, Malmsteen mencionou pela primeira vez Blackmore, recordando que foi o primeiro guitarrista que conheceu. «Quando tinha oito anos de idade, o único guitarrista que conhecia era Ritchie Blackmore. Achava-o extremamente bom e continuo a achar que ele é bom. Discordo da ideia de que ele foi o primeiro a trazer ideias clássicas para a guitarra; isso é um grande equívoco. Ele é um guitarrista de blues, ‘Made In Japan’ é um álbum de blues – não nos confundamos sobre isto. É tudo blues pentatónico… Blues pentatónico extremamente bom, para ser justo. O álbum ‘In Rock’ é absolutamente incrível… Aí, ele estava a tocar fenomenalmente».

Ao longo dos anos, Ritchie Blackmore já deixou a sua opinião sobre Yngwie Malmsteen bem vincada um par de vezes, nunca abdicando do seu humor corrosivo e nunca deixando de dizer o que pensa. Há duas ocasiões que valem a pena recordar. Numa entrevista com a Guitar World, em 1991, Blackmore dizia: «Ele sempre foi muito simpático para mim, e dou-me sempre muito bem com ele. Todavia, não compreendo nada do que faz, aquilo que toca, aquilo que veste. Os seus movimentos também são um pouco assustadores. Normalmente dirias: ‘Bem, o gajo é apenas um idiota’. Mas, quando o ouvimos tocar, pensamos: ‘Este gajo não é idiota. Ele sabe o que está a fazer’. Ele tem de se acalmar. Ele não é o Paganini, embora pense que é. Quando o Yngwie conseguir partir todas as suas cordas menos uma, e tocar a mesma peça nessa única corda, então ficarei impressionado».

Já numa entrevista com a Guitar World, em 2018, Blackmore retomou o assunto. «Conheço-o bem e ele é um tipo muito simpático. Excelente guitarrista. Muita gente tem questionado o seu ângulo, a sua abordagem, mas ele obviamente sabe aquilo que faz. A minha única crítica é que ele talvez seja um pouco alto demais. Conheci a sua mãe na Suécia, uma senhora muito simpática, que me fez lembrar a minha mãe. Portanto, Yngwie e eu damo-nos bem. Ele é como um membro da família. Penso que ele é, provavelmente ,o melhor naquilo que faz e – valha isso o que valer – o mais rápido. E ele não toca o típico blues, o tipo de interpretações menores. Ele conhece as suas escalas. É mais interessante por isso».

Sobre a espampanância de Yngwie Malmsteen e o seu imenso conhecimento de escalas… No final de 2020, o guitarrista realizou uma masterclass a partir do seu estúdio, o 308. Durante uma hora, Yngwie fala sobre todos os aspectos da sua música, sobre as suas guitarras e exemplifica, através de um par de malhões, o seu fenomenal picking alternado e o seu tão natural quanto estupendo vibrato. Para aqueles que perderam o directo, o músico sueco decidiu disponibilizar gratuita e integralmente a transmissão.