Viriatada Abril #3: Aurea, Iguana Garcia, Yagmar, Noves Fora Nada e Gomes Aires, Entre Outros
Mais uma semana, mais uma ronda de Viriatada, o espaço que a AS dedica aos lançamentos da música portuguesa.
A música nacional merece ser partilhada. Existem novos lançamentos todos os dias, todas as semanas, todos os meses, e qualidade é coisa que não falta! A nossa rubrica Viriatada reúne alguns dos destaques da música portuguesa todas as semanas. Poupamos-te o trabalho, só tens de visitar a Arte Sonora, conhecer, ouvir e partilhar.
AUREA – “Frágil” // Após um «período de reflexão forçada pela pandemia» e no seguimento do seu último álbum em 2018 e a participação no projecto ELAS, Aurea «não se resignou e reinventou-se mais uma vez». Apesar de sempre ter cantado em inglês, língua onde ainda se sente mais confortável a cantar, «decide arriscar, cantar em português e convidar jovens compositores nacionais» para escreverem músicas enquanto prepara um novo álbum, sem pressa, sem data de lançamento prevista, escolhendo as músicas que melhor se adaptam a esta fase da sua vida. O novo álbum não será integralmente cantado em português, incluirá também várias músicas cantadas em inglês. O novo single, com letra, música e produção de Agir, descreve uma relação condenada à nascença, o esforço para manter o que ainda está inteiro, um cenário “Frágil” e inevitável. “Frágil” inicia um novo capítulo na carreira de Aurea, explora o desafio de cantar em português e abre novas portas a novas sonoridades musicais.
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ANDRAGE – “Andrage” // Depois dos singles “Getting Wild”, “Sign” e “Stuck”, os Andrage lançam o seu disco homónimo de estreia, marcado por «uma explosão de vontade e criatividade» dos seis elementos da banda, Margarida Marques (Voz), Daniel Gouveia (Trompete), Humberto Dias (Bateria), João Heliodoro (Saxofone Tenor), José Rego (Baixo) e Pedro Campos (Guitarra). “Andrage” foi gravado e masterizado por Bruno Xisto nos Black Sheep Studios em Sintra e é uma edição da Throwing Punches. Todos os elementos de Andrage vêm de backgrounds muito diferentes, bebem de influências que variam entre Snarky Puppy, Fleetwood Mac, Jamiroquai, Led Zeppelin, David Bowie King Gizzard & The Lizard Wizard. Isto leva-os a «uma fusão de vários géneros que vão desde as sonoridades ligeiras do jazz, evidenciadas pelos sopros, passando pela energia electrizante que caracteriza o rock clássico, com vocalizações pujantes, culminando num êxtase avant-rock, fora da caixa e eliminando aspirações comerciais».
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BLUNDER – “Ride” // “Ride” é o nome do novo single de Blunder, já disponível nas diversas plataformas digitais. Este é o projecto embrionário do músico e multi-instrumentista João Costa, cujas canções navegam entre vários estilos/géneros, como o Hip-Hop, Trap, SoundCloud Rap, Emo Rap e Rock.
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NOBLE – “Beautiful” // Noble está de regresso aos singles com o tema “Beautiful”, já disponível nas plataformas digitais. Sobre a motivação para a escrita deste novo tema, Noble explica que «a inspiração surgiu durante o confinamento, numa fase de muita frustração e incerteza. Um momento difícil para todos a nível pessoal. Esta música fala sobre pedir a alguém que nos ame nos nossos piores momentos, quando nem nós próprios conseguimos nos amar, porque, na verdade, esse amor pode ser a mão estendida que nos ajuda a levantar e voltar à luz». O autor explica ainda que “Beautiful” não é uma continuação do tema “Honey”, «porque existiu uma evolução, não só no som, como também na forma de escrever», rematando: «À medida que vamos vivendo experiências novas adquirimos, também, perspectivas novas e isso é uma das diferenças que o público vai sentir neste novo trabalho».
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RENATO JÚNIOR feat. TIM – “Amanhã Começa o Mundo” // Em vésperas de mais uma fase do plano de desconfinamento, em que vários sectores da economia retomam a actividade, entre eles as salas de espectáculos, o músico e compositor Renato Júnior revela “Amanhã Começa o Mundo” com a participação de Tim (Xutos & Pontapés). Amanhã começa o Mundo” é o tema de avanço do novo álbum do compositor, depois de ter editado em 2019 “Uma Mulher Não Chora” com a participação de várias vozes femininas. «Para nós, músicos e restantes trabalhadores da cultura, em vésperas da reabertura das salas de espectáculos e do reinício dos concertos ao vivo, o sentimento é mesmo o de que “Amanhã Começa o Mundo”. Para além da esperança colocada no futuro aprendamos com todo este processo, nem sempre claro, ético e justo. Aprendamos a viver, porque, de facto, a vida não vai torta…», explica Renato Júnior.
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IGUANA GARCIA – “Matrix da Pátria” // “Matrix da Pátria” é o segundo avanço para o terceiro disco de Iguana Garcia, e é «uma ode às dissonâncias harmoniosas de uma pista de dança, música etérea num ensaio futurista», que cada vez mais parece motivar o jovem músico lisboeta. “Ilha da Iguana”, terceiro LP de originais de Iguana Garcia, será editado no primeiro semestre de 2021.
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MARCO OLIVEIRA – “Nenhum de Nós” // Marco Oliveira, com dois discos publicados, “Retrato” (2008) e “Amor é Água que Corre” (2016), prepara-se para editar, em breve, o seu novo trabalho. Enquanto não chega o novo disco, o músico, que se move entre o fado e outros universos da música popular urbana, apresenta o single “Nenhum de Nós”. Marco Oliveira lança no mês de Maio o seu terceiro disco de originais, produzido pelo saudoso José Mário Branco (naquele que seria o seu último trabalho de produção). «As pessoas é que fazem as canções. Quando as partilhamos, elas deixam de ser nossas. Chegou finalmente o momento de deixar ir. “Nenhum de nós” é um fado que escrevi sobre um longo adeus. Foi um daqueles raros momentos em que a música e a letra nascem na mesma noite», explica o intérprete, poeta, compositor e instrumentista.
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M-PeX – “Somnatika” // “Somnatika” é o título do novo disco de M-PeX. «Ondas cerebrais registadas durante o sono, musicadas com guitarra portuguesa, foi o desafio» do autor. O resultado final de “Somnatika” é «um estudo experimental sonoro que envolveu o tratamento, processamento e codificação de sinais biométricos, que deriva da sonificação em chiptune de EEG gravado durante o sono». O design é de Marco Madruga do Mozo Studio e a edição digital é da Enough Records.
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YAGMAR – “Homem Severo” // Os Yagmar editaram o seu primeiro longa-duração, “Homem Severo”, já disponível nos serviços de streaming, um disco cuja história começa como muitas outras ligadas a 2020, um ano atípico. «No meio de diversas peripécias e tamanhas incertezas», a estreia de “Homem Severo” foi sendo adiada. Até agora. A entrada do novo ano foi o mote para revelar este conjunto de oito temas, que, «por premonição ou não, se adequam ao estado de espírito vivido nestas terras, em tempos difíceis tão adequados a um homem severo». “Homem Severo” é «um flirt aos ritmos africanos acompanhados de melodias de outras regiões, que tal como no trabalho anterior ainda está presente, mas com mais maturidade».
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SUBTIL – “Sobre Amor” // “Sobre Amor” é o título do novo original de Subtil. Depois do lançamento do álbum “C’ Alma” no início do ano, Subtil traz-nos agora uma nova música, «onde se coloca muito fora da sua zona de conforto». O single conta com a participação especial de Druh AM (voz). O single é «uma declaração de amor, uma relação de amor sem precedentes». A canção dá-nos, assim, a conhecer «o lado mais sensível de Subtil, dando destaque ao seu lado criativo e polivalente». “Sobre Amor” foi produzido entre os estúdios tuff em Lisboa e os estúdios Kimahera no Algarve. Conta com a participação do guitarrista Vasco Barreiros, o baixista César Correia e o baterista Pedro Rodrigues. O videoclipe foi realizado por Thomas Carmo.
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GOMES AIRES – “Gomes Aires 1” // Está já disponível o EP de estreia de Gomes Aires, “Gomes Aires 1”. «Uma televisão ligada durante as férias de Verão, a camisa que se veste para ir a um funeral, as intrincadas leis da primitivação matemática ou a teoria da deriva continental». São estes os pontos de partida de cada uma das quatro canções que compõem este EP de estreia. Gomes Aires constrói histórias «voltadas para dentro, procurando atribuir acepções aos pequenos actos da nossa vida, dos mais banais, aos mais enigmáticos». Gomes Aires não se identifica como cantautor porque acredita que «as canções já existiam antes de serem escritas. Vivem entre nós: no ar, nos sons, nos passos, naquilo que fazemos, nos pensamentos e emoções, sendo mais evidentes quando estes transbordam». Para Gomes Aires, compor, mais do que criar, «é uma tentativa de reprodução daquilo que é íntimo e essencial à experiência humana – não apenas a sua, mas a de qualquer um».
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BICHO CARPINTEIRO – “Fado Beirão” // “Fado Beirão” é o título do tema de apresentação de Bicho Carpinteiro. Mas o que é, afinal, o Fado Beirão? «É um Fado instrumental composto por nós e tocado na viola Beiroa e na viola Braguesa, dois instrumentos tradicionais que não costumam estar ligados ao fado tradicional. Para além de usarmos esses instrumentos como as vozes principais também utilizamos outros como o cavaquinho e adufes, aliados à electrónica», responde Vasco Ribeiro Casais, uma das faces do projecto, ao lado de Rui Rodrigues. O tema foi composto e produzido entre Lisboa, Setúbal e Castelo Branco. «Para além de ser tocada num instrumento originário da Beira Baixa, também a melodia nasceu em terras beirãs, nas mãos de um nativo beirão», explicam os músicos. “Fado Beirão” já se encontra disponível em todas as plataformas digitais e tem um vídeo que podes ver a seguir.
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TERMINAL – “Never Apart” // Os Terminal são uma banda de Indie Rock de Coimbra formada em Setembro de 2019 que acaba de lançar o mais recente single, “Never Apart”, do novo álbum intitulado “Nothing Inside the Bottle”. O disco foi gravado no Low Wave Studio, em Leiria, e a banda irá divulgar mensalmente as 10 faixas que o constituem. Os Terminal são Tomás Dinis (voz e guitarra), Diogo Soares (baixo), Eduardo Gonçalves (bateria) e João Reis (guitarra).
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UM CORPO ESTRANHO feat. A GAROTA NÃO – “Mavorte” // “Mavorte” é o título do novo single de Pedro Franco e João Mota, dupla de Setúbal conhecida como Um Corpo Estranho, e conta com a participação da também setubalense Cátia Mazari Oliveira, responsável pelo projecto A Garota Não. Segundo o duo, este é «um tema pessoal que nasce da análise de relações e vivências passadas, que fala de amor e de perdão mas também de auto-superação». O mote do tema para o vídeo sugeriu-lhes «um cenário gerido pelo conflito emocional entre duas pessoas, apesar do ponto de partida da letra se basear num processo de catarse de um conflito interno». O convite feito à Cátia foi natural, «não só pela amizade e cumplicidade que existe entre os elementos dos dois projectos sadinos, mas também por, de alguma forma, sentirem que o tema também foi escrito para a sua voz». O videoclip, produzido pelas produtoras Souza Filmes e Garagem, é da responsabilidade do realizador António Aleixo, vencedor de vários prémios nacionais e internacionais entre os quais um prémio Sophia em 2019.
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TEREBENTINA – “Ao Vivo No T.R.C.” // O Colectivo Bergado, através da sua editora Berga Malhas, anunciou o lançamento do primeiro disco, em registo live, de Terebentina, marcando um ano de actividade da editora. Trata-se de uma performance enquadrada no festival Zigusfest, em Lamego, realizada no Teatro Ribeiro Conceição no dia 23 de Agosto de 2019 e tem o título de “Terebentina – Ao Vivo no T.R.C.”. Esta edição integra faixas nunca gravadas em estúdio, como “Vestiblue”, “Cabelo de Crude” e “Um Dia Assim”, completando algumas versões registadas no primeiro EP do colectivo musical entre vários momentos de improvisação.
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NOVES FORA NADA – “Óleo na Estrada” // “Óleo na Estrada” é o título do mais recente tema dos Noves Fora Nada, gravado no BlackSheep Studios por Francisco Dias Pereira e Carlos BB António e que apresenta Alexandre Tavares na guitarra, David Jacinto na voz, David Santos no baixo e Dino Récio na bateria. «Da garagem dos Noves Fora Nada emergem cantigas e telediscos de verdadeira originalidade e criatividade! É o que se quer nestes tempos, garra, força, guitarradas de pulso firme, letras acutilantes e refrões que gritam e despertam! Noves Fora Nada é sem dúvida uma banda que energiza o corpo e a alma!», dizem eles, que se apresentam ao vivo no próximo dia 23 de Abril, às 21h, no Centro Cultural da Malaposta, em Odivelas, enquadrados numa proposta cultural que podes conhecer melhor aqui.
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KASTIÇO – “Teto Meu” // “Teto Meu” é o nome do novo single do MC e beat maker Kastiço. Segundo Kastiço, a canção retrata na primeira pessoa «as adversidades, desafios e contrariedades que encontramos nos dias de hoje. Em forma de desabafo, “Teto Meu” descreve as dificuldades na procura de um tecto próprio. Uma realidade comum para muitos». O tema tem beat, letra, gravação e mistura por Kastiço e masterização de CADI, nos estúdios GraveComClave. O vídeo foi filmado por Kastiço e Cátia Covinha, com edição do próprio Kastiço.
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NUNO CABRAL – “Rush” // Nuno Cabral é um músico independente originário dos Açores que, após um longo período ligado aos covers, dedicou-se nos últimos anos à composição dos seus próprios temas. O tema original que nos apresenta agora é “Rush”, a primeira de quatro canções gravadas com banda nos Nordela Studios, em Ponta Delgada. Os restantes temas – “This Love”, “Bittersweet Track” e “Last Memory” – serão lançados ao longo dos próximos meses. “Rush” vem com vídeo realizado pelo próprio Nuno Cabral.
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FRANKZIE – “Broken Sky” // Frankzie é um artista leiriense direccionado para o hip-hop/R&B, com inspirações maioritariamente americanas e londrinas, desde Biggie Smalls a Drake e desde Lil Baby a Stormzy. Tendo atingido uma sonoridade característica ao longo do tempo, o artista promete «vir para ficar». A sua paixão pela música começa desde muito novo visto que aos 10 anos já compunha para si e escrevia no seu caderno. Tendo o gosto pela música, esteve sempre «actualizado no que toca à música mais recente juntamente com as sonoridades mais “fresh”». Hoje em dia, «destaca-se pela sua sonoridade fora da caixa e pelo seu esquema rimático diferente do hip hop actual português». Estreou-se em 2020 com o seu primeiro single “SEMPAI” e em menos de um ano já conta com um total de quatro singles e um projecto em formato de ep denominado “Broken Sky”, composto por quatro músicas originais e com colaborações como Billy Verdasca e Duquegotbeats na produção, até Cripta nas misturas e masterizações.
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FAUSTO FERREIRA – “Por Ti” // De regresso à lingua materna, neste tema, “Por Ti”, Fausto Ferreira reflecte novamente «as influências dos BlackOut de Kika Santos», entre pinceladas de acordes AcidJazz, riffs de piano Pop misturados com a voz Soul de Orlanda Guilande, num «hino quase revivalista de música com sentimento e sentido». Com uma letra «simples, dedicada e honesta», somos convidados a tentar perceber o que realmente sentimos por alguém e como isso pode descomandar a nossa vida. No seguimento do trilho do disco “Histórias”, aqui está mais um capítulo da história do músico Fausto Ferreira: “Por Ti”.
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JOÃO TAMURA feat. BEIRO – “Ossos de Prata” // A Paga-lhe o Quarto Records apresenta o seu segundo lançamento deste ano. Depois de “Shaitan”, EP de Roke, a editora disponibiliza agora o álbum colaborativo do rapper lisboeta João Tamura e do produtor portuense Beiro.
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INÊS DE VASCONCELLOS – “Estou Bem” // O segundo single do álbum de estreia de Inês de Vasconcellos é «em tudo distinto do primeiro». Onde “Fado das Amarguras” tinha «introspecção, nostalgia e recolhimento», “Estou Bem” é «extrovertido, alegre e descontraído». No videoclip, passamos das magníficas paisagens da ilha de São Miguel, nos Açores, para o confinamento de um apartamento em Lisboa. «É apesar dessa aparente “clausura” que os versos de Capicua nos dizem que podemos sempre retirar algo de positivo do que a vida nos oferece, mesmo estando sozinhos em casa», diz a artista. A música resulta de uma parceria entre a cantora/autora/compositora portuense e Ricardo Cruz, baixista e produtor de “Amplexo”, um álbum «multifacetado e surpreendente». “Estou Bem” vem comprovar a «versatilidade interpretativa» de Inês de Vasconcellos e também o seu «à-vontade em frente às câmaras», mais uma vez dirigidas pela «talentosa e criativa» Rita Seixas. “Amplexo”, de Inês de Vasconcellos, é uma edição da Museu do Fado Discos. O lançamento está agendado para o dia 21 de Maio. Para já, fica com o segundo single, “Estou Bem”.
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MARIA CASAL FEAT TAINÁ – “Jasmim”// Maria Casal é uma cantautora e guitarrista portuguesa, nascida no Porto e sediada em Lisboa. A escrita de música sempre foi o pano de fundo desta mudança entre as duas cidades e uma breve passagem por Bruxelas. Do seu pequeno caderno de bolso para o mundo, o single “Lazy Mornings” ditou o início do percurso musical da artista em 2019. Depois, algumas dessas manhãs (e tardes) passadas em torno da guitarra resultaram em algo maior: o seu EP de estreia “Serenô” com o selo da Chinfrim Discos (24 de Setembro de 2020). Maria Casal trespassa as fronteiras do lirismo português ao fundi-lo com as linhas melódicas do jazz e os ritmos sincopados da música brasileira. «Convidei a Tainá para cantar comigo a sua linda canção “Jasmim”. Adoro tudo nesta canção e que bom poder cantá-la com a própria compositora. A Tainá escreve coisas mesmo bonitas. Espero que gostem da nossa versão a duas vozes!”