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Viriatada 2024 #1: Há novos álbuns de Best Youth, LINA_, Tiago Sousa, Agressive Girls, Inês Monstro e muito mais…

Viriatada 2024 #1: Há novos álbuns de Best Youth, LINA_, Tiago Sousa, Agressive Girls, Inês Monstro e muito mais…

Comunicado de Imprensa

Aqui está mais uma ronda de Viriatada, o espaço que a AS dedica aos lançamentos da música portuguesa.

A música nacional merece ser partilhada. Existem novos lançamentos todos os dias, todas as semanas, todos os meses, e qualidade é coisa que não falta! A nossa rubrica Viriatada reúne alguns dos destaques da música portuguesa todas as semanas. Poupamos-te o trabalho, só tens de visitar a Arte Sonora, conhecer, ouvir e partilhar.

[Nota: Todos os textos foram retirados dos comunicados enviados à redacção da Arte Sonora]

Best Youth – “Everywhen” | Eis que cinco anos depois do seu último longa duração “Cherry Domino”, o grupo formado por Catarina Salinas e Ed Rocha Gonçalves publica “Everywhen” que contou produção da dupla e estará disponível em LP vinil e CD, isto para além de todos os serviços de streaming e download. A dupla concebeu para este “Everywhen” onze temas cuja audição pretende provocar no ouvinte uma experiência sensorial que apela à suspensão do tempo, numa antítese ao que o quotidiano nos compele a viver. Aliás, a canção que dá título ao novo registo é o gatilho desse propósito – um tema em que o reverse mode se confunde com a marcha dos ponteiros do relógio, em que o passado se mistura com o que há-de vir, fazendo desse novo presente dinâmico algo de libertador e desafiador. O novo espectáculo de apresentação de “Everywhen” vai para a “estrada”. Anunciada no final do ano passado, está assegurada presença no Primavera Sound no dia 8 de Junho, sendo precedida de concertos pelo país, as primeiras das quais já em Março, no Bang Venue (Torres Vedras), Lustre (Braga) e Salão Brazil (Coimbra), a 2, 9 e 16, respectivamente. Os bilhetes para estas apresentações podem ser adquiridos no locais habituais ou através deste link.

Tiago Sousa – “Organic Music Tapes Volume 3” | Janeiro de 2024 foi a ocasião para o lançamento do terceiro volume da série “Organic Music Tapes”. O álbum editado pela Sucata Tapes tem como abertura uma peça para órgão de tubos, estreada recentemente no OUT.FEST – Festival Internacional de Música Exploratória do Barreiro. Desde o início desta série de cassettes de música orgânica que temos assistido a uma transformação na linguagem pianística do músico português, contaminada pelo papel do o órgão eléctrico, a partir de técnicas de composição inauguradas pelo minimalismo americano de Terry Riley, Steve Reich ou Philip Glass. Composições em estado fluido, que formam nebulosas de sons de contornos indeterminados. Música que se desenvolve em processo gradual, onde a repetição e variação de pequenos motivos induzem percepções subtis e efeitos psico-acústicos, que, pela forma espontânea e natural como se cadenciam, aparece como se tecida pelo próprio tecido da vida – o mesmo que dá forma aos rios, aos veios da madeira, à fibra nos músculos ou às marcas numa pedra Jade. Tiago Sousa (1983), compositor, pianista e organista, despertou a atenção e fascínio do público melómano com o seu discurso musical articulado entre a composição contemporânea e o minimalismo em álbuns como Insónia (2009), Um Piano nas Barricadas (2016), Oh Sweet Solitude (2020) ou Ripples on the Surface (2022).

Madalena Palmeirim – “Morna Mansa” | Durante a pandemia, quando tudo parou, Madalena fugiu Atlântico fora com o seu cavaquinho e cercou-se entre o mar-a-toda-a-volta e as montanhas-cima-abaixo na ilha de São Vicente. Em travessia recuperou a respiração, a canção. E enquanto preparava o seu segundo disco “Morna mansa” conheceu John D’Brava numa das suas muitas ilhas. Agora encontram-se de novo em palco com um passo trocado e transatlântico que não esquece a toada da saudade e o regresso a um amor que teima em voltar, manso e manso. Madalena Palmeirim é uma cantora, compositora e multi-instrumentista portuguesa (ukulele, ukulele cabo-verdiano, auto-harpa e piano), que conta com 10 anos de carreira. Em 2019 lançou o seu primeiro álbum a solo “Right as Rain”, onde juntou temas em português, crioulo cabo-verdiano e inglês. Navegando pelos mais variados campos musicais, Madalena vai do Rock, ao Folk, ao Samba ou à Morna. O álbum “Morna Mansa” foi lançado no dia 19 de Janeiro.

Agressive Girls – “Agressive Girls” | Banda punk eletrónica composta por Dakoi e Diana XL, apresenta um EP que é um combo entre beats sujos e barulhentos e vozes cruas e sentimentais. O EP ‘AGRESSIVE GIRLS’ é uma verdadeira manifestação de emoções vividas a 200%, que redefine os limites da raiva queer lésbica, sem barreiras e sem espaço para meios-termos. Num cruzamento entre vivências emocionais e música feita por computadores, AGRESSIVE GIRLS gritam-nos sobre frustrações com o mundo, explorando o namoro entre a vida e a morte que as deixa esfomeadas de viver.  O disco faz-se acompanhar do single ‘Ricochete’, uma música de natureza dissertativa e persuasiva. Um manifesto que pretende alertar e denunciar o grande problema público que é a falta de condições dadas para levar uma vida digna a viver como artista. Não estão satisfeitas com as condições que lhes são forçadas para conseguir trabalhar e negam as migalhas que lhes dão, lutando com todas as armas que têm para conseguirem ter mais frutos do seu trabalho. Inspiradas por subgéneros do metal, dubstep e trap, AGRESSIVE GIRLS destilam todas essas influências numa desconstrução sonora, imortalizando os seus ideais e crescimento. Este primeiro trabalho é uma promessa de autenticidade e expressão, que marca a consolidação do pacto de sangue sonoro entre Dakoi e Diana XL.

Península – “Península” | A banda Península editou o seu EP de estreia Península, resultado de um trabalho de dois anos, criado no período precedente ao confinamento. A banda rumou a Porto Covo, para um retiro criativo e lá encontrou alguma lucidez ao estar fora da cidade, surgindo assim o conceito do EP: o de estar sozinho no caos que é o mar citadino, perdido em marés de sensações, empurrado por correntes sem norte. Assoberbados com esta sensação de isolamento no meio da multidão, surgiu o desejo de navegar em direção à terra. Tentando encontrar um caminho, são exploradas as diferentes maneiras de fugir à dissonância urbana refletidas em cada música. Com o regresso a Lisboa, as gravações decorreram durante o verão de 2023. O EP contou com gravação, mistura e produção por João Maria Gorjão e masterização por Diego Reis. Península é um projeto criado em 2021 por João Coelho e apresentou-se inicialmente em formato a solo com o lançamento do tema “Salamandra”. Atualmente a formação em banda conta com João Coelho (voz, guitarra), António Santos (guitarra), Pedro Borges (bateria), Xavier Lousada (baixo) e Chico Cézar (teclas e back vocals).

António Mão de Ferro – “Back” | “Back” é um trabalho que percorre vários estilos musicais e que reflecte algumas influências. Segundo o músico portuense, «é um percorrer de memórias, daí ser um disco bastante pessoal, que passa por vários momentos do meu passado. Acho que é perceptível que faz um apanhado de histórias que vivi e cada uma tem o seu momento, a sua influência, o seu estilo. Isto é o que se sente ao ouvir o disco. É quase um medley de estilos e influências! A banda sonora de memórias, histórias pessoais vividas ao longo de muitos anos. Acho que esse é o verdadeiro conceito, não é um disco de blues, folk ou rock. É um disco de momentos.» “Back” conta com alguns convidados como o guitarrista emblemático BJ Cole, que já tocou com artistas como Elton John, David Gilmou, Roger Waters, Procol Harum, Joan Armatrading, Cat Stevens, R.E.M, Depeche Mode, entre outros; Gerald Calhoun, baixista e produtor, membro da aclamada “KSB” (Kashmere ‘Thunder Soul’ Stage Band), que já colaborou com músicos icónicos como os Temptations, Patti LaBelle, Herbie Hancock, Kool and the Gang, Stevie Ray Vaughan, entre outros; Fernando Nascimento, guitarrista que marcou a história do rock nacional na banda Arte & Ofício. António Mão de Ferro conta também com os músicos Bernardo Fesch (baixo), Diogo Mão de Ferro (guitarra “slide”), Diogo Santos (teclado) e Leandro Leonet (bateria). A primeira amostra do novo trabalho foi apresentada em 2023, o single com o mesmo título do álbum, “Back”, e que conta com a participação de BJ Cole. O tema foi masterizado nos lendários estúdios Abbey Road, em Londres, e conta com um vídeo filmado no rio Douro, realizado pelo galardoado Paulo Ferreira, produtor e realizador de vídeo e fotógrafo de natureza. De destacar também a capa do álbum, da autoria do pintor Manuel Sousa Falcão, e que é um tributo ao rio Douro, uma das inspirações de António Mão de Ferro para o novo disco. “Back” foi gravado, misturado e masterizado no MasterLab Studio.

Meu General – “Coração Máquina” | O álbum “Coração Máquina” de Meu General está oficialmente nas ruas, trazendo consigo a pulsante essência do rock n’ roll que define a identidade única do artista. “Coração Máquina” é uma celebração da energia onde as notas aceleram e desaceleram, criando um ritmo frenético que irá cativa os ouvintes do princípio ao fim. As canções exploram temas profundos e universais de encontros e desencontros, histórias breves e zonas sombrias. Meu General lembra-nos que o caminho se torna sempre mais significativo com a companhia certa.

LINA_- “Fado Camões” | Eis “Fado Camões”, o novo álbum de LINA_ com o selo da editora alemã Galileo Music, depois de há três anos ter surpreendido o mundo ao lado do produtor e músico espanhol Raül Refree, num álbum com vista para Amália, celebrado nos palcos do globo. LINA_ regressa agora na companhia do produtor e músico britânico Justin Adams, naquele que acaba por ser um álbum mais pessoal, tendo como base a lírica de Camões, a composição de fados tradicionais e também da autoria da própria cantora. Segundo ela, a ideia começou a tomar forma depois de se debruçar sobre a vida de Amália e de ter percebido que o poeta de que mais gostava era Camões. «Fiquei curiosa, quis conhecer mais, para além dos ‘Lusíadas’ ou dos ‘Sonetos’, e fui descobrindo que as temáticas de Camões – a mudança, a infância, o amor, o desamor ou a descrição da natureza – se podiam adaptar ao fado e às suas métricas.» Não surpreende que a voz e os acordes da guitarra portuguesa, que nos remetem para o Fado, coabitem com um certo balanço e clima africanizado, como em “Quando vos veria”, ou “In labirinto”, com a presença subtil da percussão por entre a voz, ou no lado solto de “Desencontro”, enquanto em “O que temo e o que desejo”, um dueto com o Asturiano agitador folklórico Rodrigo Cuevas, é um insinuante ritmo latino que se encontra com os acordes do Fado. É, ao mesmo tempo, uma nova e uma familiar LINA_ que entrevemos no novo trabalho. A elegância despojada do passado recente, ainda está lá, mas agora existe uma nova espacialidade, onde a voz sobressai por entre piano, guitarra e quase silêncio, criando outros cenários, com a dor, justeza e dignidade, a par, como em “Desamor” ou “Senhora minha”. Em “Amor é um fogo que se arde sem se ver”, a voz de LINA_ suspende-se, numa atmosfera quase próxima do silêncio, apenas alguns acordes de guitarra e uma névoa digital como suporte, enquanto em “Pois meus olhos não cansam de chorar”, são integrados ruídos concretos por entre notas de piano, com a poesia de Camões a revelar-se em cenários de melancolia, mas também de celebração. Em estúdio estiveram Pedro Viana, na guitarra portuguesa, o inglês John Bagott, que já operou com os Massive Attack, Portishead ou Robert Plant, em piano e teclas, e Ianina Khmelik, em dois temas, no violino.

Mariana Reis – não és tu, nem sou eu | Depois de ter editado, durante o ano de 2023, os singles “mais uma sobre ti”, “alguém que só sonha contigo”, “lado a lado” e “feita parva, mas tua”, Mariana Reis editou em formato digital o álbum “não és tu, nem sou eu”. Um disco onde Mariana Reis dá-nos a conhecer nas suas músicas (compostas inteiramente por si), um retrato das suas relações pessoais e como as mesmas se desenvolveram (com bons e maus momentos) e da importância que tiveram no seu crescimento emocional. Dos dias em que a paixão nos cega, ao desalento e desilusão, à compreensão e entendimento que dará por fim a paz necessária. Mariana Reis tem uma tour por lojas FNAC já agendadas, assim como um concerto de apresentação de “não és tu, nem sou eu” no Musicbox em Lisboa, dia 10 de abril.

Maison Vërt – “7,83Hz” | Maison Vërt são Frank Lucas na voz e Birou nos beats e editaram o sei primeiro álbum, 27,83Hz”. O nome do disco representa a frequência do “bater do coração” da Terra. Entre a exploração de sons eletrónicos e beats de hip-hop, a dupla de Braga apresenta um primeiro trabalho repleto de músicas dançáveis inspiradas na natureza. «Este álbum é uma apreciação, uma forma de agradecimento ao nosso planeta por todas as experiências que nos proporciona diariamente. Queremos transmitir uma sensação de conforto, de paz e também de partilha, que te faça sentir em casa mesmo quando estiveres longe», explica Maison Vërt O tema “Far Away” acompanha o lançamento deste disto e narra a história de alguém que se sentiu perdido, mas que, de alguma maneira, encontrou o caminho certo, mesmo que diferente do que inicialmente julgava ser o seu destino. A música reflete uma fase do processo de cura, aquela em que fazemos as pazes connosco mesmos. Maison Vërt é o resultado de uma fenda que ao invés de se separar serviu para unir forças entre Frank Lucas e Birou, uma fusão entre a música eletrónica e as influências urbanas dos dois artistas. O projeto teve início em novembro de 2022, durante uma atuação conjunta dos dois artistas no Festival FENDA, em Braga. O objetivo inicial era mesclar o estilo musical dos dois, mas ambos sentiram que a performance poderia ser ainda mais representativa da sua amizade. Foi assim que surgiram várias composições originais que refletem a energia da dupla: as influências urbanas, a liberdade da música eletrónica e uma jornada cósmica, com ambientes espaciais envolventes.

Charli Elle – From Me To Her | Mas do que nos fala este disco “From Me to Her”? Charli Elle diz-nos «… é uma carta aberta, da Charli de agora, para a Charli pequenina. São algumas lições que aprendi ao longo destes anos, transformadas em canções, para a Charli pequenina ouvir. Mas também é o processo de crescimento de uma artista emergente, de uma jovem normal, que lentamente se descobre, e que com este primeiro álbum se desapega de ela própria para realmente se tornar a verdadeira Charli Elle, “Her”». “From Me to Her”é um álbum bastante diversificado em termos sonoros. Em termos líricos, fala-nos sobretudo de relações humanas, da nossa construção como indivíduos, dos altos e baixos porque passamos mas também da observação que fazemos do que nos rodeia. Charli Elle concorda com esta mesma análise, dizendo mesmo que «o álbum é exatamente isso. Há uns 8 anos atrás disseram-me que para compor canções, eu precisava de “lama”. E este álbum é o acumular dessa lama. No fundo, a vida traz-nos pessoas diferentes que entram e saem, e às vezes ficam. Todas essas pessoas e essas relações, quer duradouras ou não, têm sempre algo para nos ensinar. E este álbum também é o processo de refletir nas lições, tanto como interiorizar as coisas que nos magoam ou nos  dão alegria, ou qualquer emoção na verdade.» Em todo o disco, o tema central, é a mulher e a sua condição na sociedade. Charli Elle afirma mesmo que «eu acho que o mundo está lentamente a mudar, as mentalidades também. E comparando com a geração da minha mãe e das minhas avós, estamos num sítio muito mais privilegiado como mulheres. Mas enquanto existem desigualdades de salário e de oportunidades laborais, ou enquanto continuarem a existir abusos diários de mulheres, casos de Feminicídio, ou até constantes micro- agressões à mulher, o nosso trabalho não está terminado.»

Velha Condessa – “Velha Condessa” | Inspirados por diversos movimentos musicais, desde a estética do Rock Progressivo dos anos 70 até ao Rock Português dos anos 90, a sonoridade da banda combina elementos mais tradicionais do rock com traços progressivos e experimentais. A sonoridade dos Velha Condessa reflete a diversidade das formações musicais individuais dos seus membros, que abrangem géneros desde o clássico ao jazz, e até mesmo o metal. Esta diversidade musical, combinada com a influência significativa da experiência de estúdio com Francisco Dias Pereira e Carlos BB, desempenhou um papel fundamental na definição da estética da banda. A composição musical e a escrita das letras envolvem a participação ativa de todos os membros da banda. As composições pretendem transmitir histórias inspiradas em experiências do quotidiano, narrativas cinematográficas e mitológicas. O álbum foi gravado em Sintra nos estúdios Blacksheep entre novembro e dezembro de 2022, sob a orientação de Carlos BB e Francisco Dias Pereira, misturado também por Francisco Dias Pereira e masterizado por Guilherme Gonçalves. A capa dos singles e do álbum foi concebida por Carlota Castro Mendes, e o videoclipe do primeiro single (“Já Chegámos e Não Pode Ser Assim”) contou com a realização de Eduardo Sousa e João Correia. Velha Condessa é um grupo de rock português, originário de Lisboa, constituído por Diogo Castelo Branco, Francisco Braga, João Bento, Lopo Caldeira Marques e Pedro Patrício. Formados em 2014, foi apenas em 2019 que começaram a dedicar-se a tempo inteiro aos trabalhos originais. Com uma sonoridade entre o rock alternativo e o art rock, em 2022 apresentaram os primeiros originais ao vivo, e no fim desse ano decidiram levá-los para estúdio.

Rafael Sousa –  “Ponto de Partida” | O cantor e compositor algarvio Rafael Sousa lançou o seu o EP de estreia, fechando um capítulo da sua aventura musical e já pronto para iniciar outro. Quatro temas unem este EP, cada um deles com personalidade própria e demonstrando diferentes facetas artísticas do cantor. “Ponto de Partida” conta com a parceria e produção de David Guimarães e Tyoz, autores de grandes êxitos para Fernando Daniel, Bárbara Bandeira e Madonna. Fortemente influenciado pelas batidas de R&B e pelas grandes melodias dos clássicos do pop, os fãs de Rafael Sousa podem contar com um EP coeso, onde cada faixa de “Ponto de Partida” promete envolver todos numa atmosfera positiva.

Pedro Vicente – “2º Andar” | “2º Andar” é o mais recente álbum de originais de Pedro Vicente e materializa um retrato emocional da sociedade e da vida contemporânea.  Mais do que acrescentar um segundo piso à discografia do artista, este trabalho vem abrir uma janela de oportunidades no panorama musical português para levar ao público música que é simultaneamente espontânea e elaborada, intimista e intensa, que apela à reflexão e à descontração, que tem como ponto de partida emoções e vivências e pretende ter como ponto de chegada o despertar de diferentes estados emocionais no ouvinte. Figurativamente, a janela de um 2º andar reúne as condições ideais para que um espectador atento e curioso assista ao desenrolar da trama tecida ao longo das canções que narram as histórias reais ou ficcionais que se sucedem no alinhamento. Se por um lado se está suficientemente alto para ter um plano visual alargado e abrangente, por outro ainda se está suficientemente perto para distinguir as cores, sentir os aromas, ouvir as conversas e participar na ação, vivendo a história na primeira pessoa. Composto por 14 canções originais e inéditas com letra e música de Pedro Vicente, o alinhamento do álbum pretende ser tão diverso quanto a própria vida, oscilando entre o elétrico e o acústico, para criar os ambientes sonoros mais adaptados às emoções experienciadas em cada episódio relatado. Totalmente em português, as letras versam desde os temas mais concretos aos mais filosóficos, da introspecção à celebração da vida, do amor à violência,  da ansiedade à solidão. Contam histórias sobre a felicidade e o sofrimento, o erro e a aprendizagem, o conforto da estabilidade e a atração pela aventura, a paixão e o desencontro. Como fio condutor está uma forma de escrever e compor autêntica e descomplexada, que traduz as emoções em canções cativantes que facilmente ficam no ouvido. “2º Andar” vai ser apresentado ao vivo dia 24 de Fevereiro no Auditório Carlos Paredes em Benfica às 21h30.

silvveira – “volume” | O novo lançamento da editora e coletivo conimbricense CIGA239 é o primeiro álbum de silvveira. “volume” é o primeiro álbum de silvveira e o mais recente trabalho a figurar no catálogo da CIGA239, editora de música eletrónica de Coimbra. Para o músico conimbricense: «é uma homenagem modesta às poucas e pequenas pistas de dança da cidade de Coimbra e aos que fizeram delas um ponto de encontro ao longo dos anos.» silvveira é um alter ego musical de Carlos Silveira, com inclinação para a electrónica e o hip hop, com um gosto por contrastes entre percussões pesadas e melodias pop. As primeiras experiências de produção musical iniciam-se em 2020, «com um computador e pouco mais, quando era tempo de estar fechado em casa e tentar não perder o juízo». Nesta altura, «foi com a CIGA239 e tutoriais de Youtube que aprendi tudo o que sei sobre essa coisa chamada Ableton». Em 2021, estreia-se com um EP de 4 temas – também com o carimbo da CIGA. Mostra-nos agora “volume”, um disco com 11 faixas e pouco mais de meia hora de duração.

ladoazul – “ladoazul” | Projeto instrumental de originais do guitarrista João Campos Costa, com a participação de Rita Só na percussão. “ladoazul” é também o nome do primeiro álbum deste projeto. “Tapeçaria” de vários estilos e linguagens musicais – jazz; blues; música tradicional (ibero-europeia, africana, etc), igualmente com algumas influências da música clássica/ erudita. Em termos de género musical, ladoazul situa-se nos territórios da Indie World Music. Em relação ao álbum é um “Relógio de Sol” que nos leva numa viagem através do dia e da noite, explorando também o tempo psicológico, introspetivo e intimista das emoções. Com uma estética musical despojada, algo naïf e minimalista, ladoazul transporta-nos tanto para as memórias individuais do passado como para um imaginário coletivo ancestral, dada a sua sonoridade/feel intemporal. Os temas deste álbum foram compostos na guitarra, sendo esta, frequentemente complementada com trabalhos de percussão (percussões tradicionais – Adufe ou Bilha), e Shruti Box, por Rita Só, e a inclusão pontual de programações, texturas sonoras, sintetizadores e processamentos, por Paulo Miranda – Produtor, que participou também como músico/sonoplasta na concretização deste trabalho. O tema “Maré” conta ainda com o contributo de Cristiano Pereira, na Sanfona e Aerofones.

Inês Monstro – “Brilho” | Está disponível em todas as plataformas digitais o álbum “Brilho“, que marca a estreia discográfica de Inês Monstro. É composto por 8 faixas da autoria da cantora e compositora e alia os poemas a ritmos fortes e disruptivos, apoiados em guitarras e percussões marcantes, cruzando os universos da Pop, Hyperpop, Eletrónica e música de cariz Urbano. Sobre o álbum, Inês Monstro conta que «é centralizado em temáticas focadas no desenvolvimento da condição humana, como o amor, a traição, a saúde mental, a vulnerabilidade ou o desejo». “Brilho” é «uma visão plural, pessoal e artística em que aceito a dualidade de conviver com o belo e o grotesco presentes à nossa volta e nos nossos ‘monstros’ interiores», completa ainda. Com o contributo de Choro na produção musical, Rita Onofre na composição e letras, Matheus Paraizo na faixa ‘Perto‘ e gravado na Great Dane Studios, o álbum “Brilho” apresenta a cantautora e performer através de músicas polarizantes e tece novas linhas da Pop portuguesa. Em temas como ‘P’ra Deixar Tua Calma‘ deixa-se influenciar pelo Hyperpop e por referências de artistas como Björk, Sevdaliza e Arca, transporta-nos para o universo mais Urbano com ‘Hipnose‘, define sonoridades Pop atuais em ‘Porque Te Quero‘ e ‘Tanto Tempo‘ e viaja até espaços sonoros de música Eletrónica com o tema ‘Sina’. Além da componente musical, Inês Monstro lidera a direção criativa de todos os videoclipes do disco e do espetáculo ao vivo que apresentou no Musicbox, em Lisboa, e na Casa do Alentejo, que recebeu a artista com sala cheia no festival Super Bock em Stock 2023. Inês Monstro, nome artístico de Inês Laranjeira, ficou conhecida pelo público aos 16 anos, como finalista do programa “Ídolos”, da SIC, em 2009/10. A irreverência que carrega desde cedo reflete-se, agora, numa artista madura e com narrativas únicas. Depois de ter estudado Canto e de se ter formado como Atriz na Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa, Inês Monstro colaborou com vários artistas nacionais e internacionais de diferentes áreas e géneros musicais, experiências que lhe permitiram evoluir não só como cantora, atriz e performer mas, também, como songwriter.

Pr​í​ncipes de Serendip – “Príncipes de Serendip” | O álbum homónimo do projecto de Tiago Galvão apresenta três personagens musicais que nascem da necessidade de criar uma nova forma de comunicação. “Príncipes de Serendip” foi gravado entre Lisboa, Berlin, feltro e tecido. Carrega no play para ouvir as 7 faixas.

James dos Reis – “Camadas” | O EP de estreia de James dos Reis, “Camadas”, inclui um total de seis temas, entre eles os singles previamente editados ‘NPM’, ‘Free to B’ e ‘Oh My God’. «Sinto que o público não me conhece bem então este é o meu convite para que possam entrar no meu universo e eu, enquanto artista, possa explorar a minha arte de forma mais genuína e verdadeira. Encaro este EP com uma noção própria e consciente das camadas que tenho em mim e, pela primeira vez, quis começar a despi-las. O “Camadas” éum processo de descoberta e um passo em frente na busca da minha verdade”, confessa o artista. Sobre a sua identidade, James dos Reis acrescenta ainda que “não foi fácil chegar até aqui. Venho de uma família tipicamente portuguesa e crioula, em que os valores tradicionais, e diria também conservadores, nos moldam desde muito cedo. Sou um jovem negro do bairro, por isso, levei tempo a construir coragem e estrutura para conseguir ser eu próprio e viver a minha liberdade de forma segura e com o respeito que isso merece.» “Camadas” foi produzido por diogo seis, com produção executiva de João Máximo,e conta com as colaborações de Tyoz, Tiago Pestana e Lhast. O EP chega com o novo single ‘Agora Naw’, cuja letra foi escrita em parceria com o rapper 9 Miller.

Rui Tinoco – “Don’t ask me for words” | Este novo disco é o quarto trabalho de originais, e é um renovado convite a mergulhar na esfera de expressão artística deste compositor. O álbum estará disponível nas principais plataformas digitais, permitindo assim a partilha das novas paisagens sonoras de “Don’t ask me for words”. Nascido no Porto, tem um percurso de mais de 35 anos como músico, produtor e compositor. Conta com diversos trabalhos editados, nas áreas da música, da produção e da edição visual. Licenciado em Gestão, pela Faculdade de Economia do Porto, frequentou o ensino particular de música e diversos cursos de produção musical. Parte integrante dos Frei Fado, grupo com o qual venceu o Prémio José Afonso 2008 com o álbum “Senhor Poeta – Um tributo a José Afonso”, teve ainda a oportunidade de colaborar em diversos outros projetos: “O Criador”, “Ceia dos Monges”, “Dr. Sax”, “Accessus”, “ad libitum” e “Sr. K”. O seu percurso musical permitiu-lhe participar em diversos concertos e festivais de música, quer nacionais quer internacionais (França, Espanha, Holanda, Bélgica, México, etc.) como a título de exemplo no Festival Intercéltico do Porto e no Festival Ollin Kan na cidade do México. Na esfera da produção musical, teve a cargo a produção de álbuns de grupos como “Frei Fado, “As 3 Marias” e “O Criador”. Foi ainda convidado a participar, utilizando música e vídeo, nos livros “The Creativity Virus” (2019) e “CriAtivaMente / CreaActivaMente / The Creative Mind” (2020). Em 2021 editou o primeiro álbum a solo “This is My Freedom”, ao qual se sucedeu “Then, Nothing Else Is Important” em 2022, “It is Not a Question of Time” em 2023, e agora este novo “Don’t ask me for words”.

Tiago Videira – “Swipe” | Este é o novo álbum composto por 14 canções em Inglês, autoria e produção de Tiago Videira, executado por cantores e músicos de estúdio profissionais. Nasce da ligação do autor ao universo dos filmes e séries Norte-Americanos, que cresceu a ver e ouvir desde a infância, e que saiu reforçada pela sua vivência de dois anos nos EUA, durante o Doutoramento. Aí, teve melhor noção da dimensão das Indústrias do Entretenimento e dos Media, e de todo o ecossistema da composição profissional de músicas para estas Indústrias. Assim, o álbum é uma espécie de viagem eclética retro-nostálgica, de bandas sonoras imaginadas, que poderíamos ouvir estando a fazer zapping na televisão. Encontramos quer Pop/EDM em faixas como Swipe, Be the Storm ou Tomorrow, a soft-rock em This is What This Is All About ou You Do It Everyday, orquestrações de teatro musical em Make It Happen, I Don’t Mind ou Hands, Adult Contemporary heart-break songs, em Shattered, I Guess it’s Love ou It It Over?, até ao Jazzy-funky When Music Was Music, ou um natalício Our Cozy Fireplace e um Alt-Rock Yes, You Can Do It. As histórias são variadas e a semiótica do álbum e da sua capa pode-nos levar para as grandes assimetrias e as constantes tensões entre o Rural-Urbano, e os dramas existenciais da vida quotidiana, no terreno, versus a alienação cor-de-rosa delicodoce que os media tentam pintar. É por isso que tanto encontramos faixas cândidas sobre o amor perfeito, a esperança no amanhã, ou a crença no poder do indivíduo dar a volta e superar-se a si próprio, como encontramos abandono, frustração, violência doméstica, ou mesmo demência e nostalgia pelo tempo idílico passado. Afinal, um pouco de tudo o que faz de nós humanos, vivido numa espécie de vertigem em loop colorido e perpétuo, arrastado pelas luzes neons dos dispositivos digitais, hoje, omnipresentes, até mesmo num trailer park no meio do Texas… Muitas destas canções estavam na gaveta e só foi possível verem a luz do dia na sua versão final, agora, consequência do apoio do fundo cultural da SPA/AGECOP, e da existência de uma companhia de origem portuguesa, a Musiversal, surgida da pandemia, e que foi permitindo mais de um centena de sessões de gravação, por via remota, com cantores,  músicos e engenheiros de talento acima da média. A esperança é que as canções sejam agora difundidas para que possam encontrar o seu caminho e serem apreciadas por toda a gente, seja através das rádios, das plataformas digitais, seja em sincronização com imagens, afinal de contas, o objectivo inicial para o qual foram concebidas.