O Som das Madeiras (Baterias Acústicas)
Guia prático com os traços gerais e as diferenças das madeiras mais comuns na construção das baterias acústicas.
Na sonoridade de qualquer instrumento estão sempre implícitos o tipo e a qualidade dos materiais envolvidos na sua construção. E quando falamos de baterias, o primeiro material que nos vem à cabeça é a madeira. O nosso guia com as características mais evidentes do som das madeiras usadas na construção de guitarras e baixos é, a cada ano, um dos artigos mais visitados no nosso website. Portanto, estava mais do que na hora de fazer um para as madeiras usadas na construção de baterias.
Apesar de sabermos que a técnica individual ou o ‘drum approach’ são absolutamente cruciais no tipo de som que se saca de uma bateria acústica, podemos exagerar um bocadinho e afirmar mesmo: “Diz-me o tipo de madeira da tua bateria e eu digo-te a que soa”. Em resumo, existem dois tipos de madeiras mais utilizadas: as brancas e as escuras. As primeiras são mais leves e as segundas mais pesadas. E enquanto as brancas abafam o som, as escuras são mais ressonantes.
A maioria das baterias são construídas a partir de madeiras brancas, mais leves, sendo que as mais usuais são o birch e o maple – graves controlados, harmónicos subtis e doces, afinação clara e precisa. O birch ficou conhecido mundialmente como a bateria para gravações, muito por culpa da clássica Recording Custom da Yamaha – a icónica Yamaha 9000. O maple é uma madeira mais densa, mais pesada e bastante reverberante, uma espécie de todo-o-terreno.
Este artigo pretende assim elencar algumas das madeiras mais utilizadas na construção das baterias e as suas principais características. Do plátano (maple) ao cedro, do mogno à bubinga, da bétula (birch) ao carvalho (oak) e à faia (beech). Está tudo aqui.
BIRCH (bétula) | No mercado actual, é a madeira mais comum para construção de baterias. As bétulas são abundantes, o que permite que a madeira seja vendida a um preço mais baixo. É possível encontrar baterias de birch de gama baixa e alta, simplesmente porque é uma madeira fácil de encontrar e de trabalhar. É uma madeira especialmente conhecida pelas suas qualidades tonais, com picos nas frequências altas e baixas. O som é cheio e redondo, com bastante projecção.
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MAPLE (plátano) | É a alternativa típica à bétula. Os áceres podem ser encontrados tão facilmente como as bétulas, mas são vendidos por um preço ligeiramente mais elevado. É uma madeira muito mais dura e densa do que a bétula, e é muito mais pesada. Durante muitos anos, quase todos os kits de bateria foram feitos exclusivamente a partr do maple. Isto deveu-se em grande parte à empresa Keller Drums, que fez a maioria dos kits topo de gama para todos os principais fabricantes de baterias que conhecemos hoje em dia. A principal característica é a sua ressonância máxima, sendo ligeiramente superior nos médios. As baterias em maple têm um som mais uniforme e um timbre mais quente, mas não projectam tanto o som como a bétula.
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AFRICAN MAHOGANY (mogno africano) | O mogno é, actualmente, a terceira opção mais comum para os fabricantes de baterias, sendo que, como o fabrico de mogno é um pouco mais raro, os kits feitos a partir desta madeira tenderão a ser mais caros. O som desta madeira é grave, cheio de ‘punch’ e profundidade. O timbre é quente e macio, com menos projecção do que o birch e o maple.
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OAK (carvalho) | As baterias em carvalho são mais raras devido ao facto de ser uma madeira difícil de trabalhar. Tal como o maple, o carvalho tem um som denso e pesado, mas produz um timbre muito mais brilhante e mais alto. É uma óptima madeira para baterias, contudo, porque é mais rara e difícil de trabalhar, os kits são significativamente mais caros.
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BEECH (faia) | A faia é uma madeira mais comum e bastante fácil de trabalhar, o que a deve tornar ligeiramente menos cara do que outras madeiras mais raras. Pode considerar-se outra alternativa ao birch e ao maple, já que é dura e densa, o que se reflecte no peso das peças construídas a partir desta madeira. Em termos de timbre, está mais próximo do som do birch, apesar de reflectir menos grave, tendo, no entanto, mais agudos do que o maple.
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BUBINGA | As baterias feitas a partir de bubinga, ou pau-rosa africano, como por vezes é chamado, são mais raras e, como tal, mais caras. Apesar das diferenças óbvias, os kits aproximam-se mais aos de maple em matéria de tonalidade; o som é muito mais escuro, com um sustain completo e rico, bem como um bom ataque. Esta madeira é uma escolha muito interessante devido ao seu som agradável e diferente.
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A terminar, podes ver – e vale bem a pena ver – todo o processo de construção de uma bateria no vídeo que se segue: