Quinto Andar: Miguel Ângelo
Quando Miguel Ângelo veio visitar-nos, de Gibson Marauder nas mãos, e mostrar o seu “Segundo” álbum, com versões exclusivas de duas canções.
Foram 25 anos junto de uma das maiores bandas pop-rock portuguesa, para não dizer a maior – principalmente naquela fase em que o gang de Cascais acolheu o génio de Pedro Ayres Magalhães. Aliás, “Ser Maior” é um dos melhores álbuns conceptuais nacionais para a Arte Sonora.
Após esse período, Miguel Ângelo iniciou a sua própria viagem. Tendo começado por “ensaiar” alguns trabalhos pontuais, entre bandas-sonoras, produção e singles, ainda na fase Delfins, o músico foi delineando o seu som. Acto de coragem, um músico arriscar descolar-se de uma discografia onde pontuam alguns dos mais familiares singles de duas ou três gerações.
«Felizmente, tenho uma dúzia de canções que as pessoas conhecem e cantam, ainda hoje. O que me permitiu uma certa “reforma” – poder estar no meu lugar a fazer músicas novas. Poder pensar numa trilogia para me lançar a solo, que me dará uma nova base de canções, em vez de me limitar a usar reportório dos Delfins. Isso sim, seria uma reforma absoluta, que não quero de todo», confessa Miguel Ângelo.
“Primeiro” foi o primeiro padrão destas Descobertas de dimensão interior e íntima. Agora, esse cruzamento entre o percurso solo do músico e aquilo que fez nos Delfins, o ponto de equilíbrio encontrado, mostra Miguel Ângelo na sua plenitude como compositor. Descomplexado, ligeiro, bonito e com um som charmoso. O esforço mais recente foi “NOVA (pop)”, trabalho de 2020 que elogiámos bastante.
Miguel Ângelo estava em entrevista, em vídeo, na edição #45 da Arte Sonora. Foi nessa altura que e passou na nossa antiga redacção, com uma arrasadora Gibson Marauder nas mãos, no 5º Andar para duas versões exclusivas, “A Hora Certa” e o deslumbrante “Fado Do Fim Do Mundo”, respectivamente. A acompanhá-lo, em acordes e numas ginjinhas oferecidas pela AS, à fadista, estiveram Rogério Correia e Mário Andrade.