Thomas Gold sob a máfia sueca
O alemão vem a Portugal, ao Where’s The Party? by Carlsberg, numa altura em que estabilizou no roster da Axtone. Fala-nos do seu amor por um Yamaha DX-11.
Depois de um início de carreira mais ligado ao trance, Thomas Gold tem estabilizado o seu som dentro do house. A maturidade terá sido um dos factores que cativou Axwell, o influente produtor e label owner que é uma das três partes de Swedish House Mafia. Thomas Gold trocou connosco algumas ideias na ante-câmara da sua actuação no Sunset Carlsberg.
Sentes que a ascenção do electro e do italo disco traz novos desafios para a música house?
Penso que existam algumas músicas agora que incorporem algo do estilo italo disco, mas não diria que exista uma “trend” neste momento. No entanto, concordo que, por causa destas influências de outros estilos e géneros, a música house está desenvolver-se, na verdade esteve sempre em evolução.
Sabemos que tens um carinho pelo antigo Yamaha DX-11. Ainda o continuas a usar em estúdio?
Sim, o DX-11 foi o primeiro sintetizador que tive. Mas vendi-o há uns tempos dado que, hoje em dia, há tanto software que pode emular os sons dos antigos sintetizadores digitais (como o FM-8 da Native Instruments). Por isso, não havia uma necessidade de o ter. Mas traz-me sempre grandes memórias quando falo dele.
O que é que usas actualmente em estúdio?
Uso o Logic Pro X num MacBook. Este é o núcleo do meu estúdio. Tenho montes de plug-ins para criar sons e todo o tipo de efeitos. Sou um entusiasta das coisas da Universal Audio e sou um fã de todos os plug-ins da FabFilter e da Native Instruments. Na verdade, sempre que há algo novo no mercado, arranjo uma demo, experimento-a e acabo por comprar o plug-in. Para além disto, tenho uma rack analógica externa, com summing analógico e uns quantos dispositivos (por exemplo, Distressors para vozes, EQ e compressores da API, Empirical Labs e Dramastic Audio), que uso quando faço as misturas finais e os masters das faixas. É divertido e o material analógico soa mesmo cheio.
Sem menosprezar as tuas editoras anteriores, ter assinado com a Axtone trouxe-te uma nova perspectiva para tua música ou maior responsabilidade?
Sim, claro que sim. Sabes, sou um grande fã do Axwell e da música dele, e também da sua maneira de produzir. Ele está a tomar conta de cada lançamento e, frequentemente, acaba por se envolver nas músicas. O que significa que conversamos com frequência sobre os sons e técnicas de produção, o que é altamente inspirador. Estou muito orgulhoso de pertencer à família Axtone.
A coisa mais importante para mim é o desafio de criar algo novo e diferente
As remix de hits pop são um mal necessário ou gostas mesmo de mexer numa canção e mudá-la completamente?
Não creio que seja uma coisa necessária hoje em dia, não tens que fazer remix das grandes músicas pop para ter a atenção das pessoas. Se fizeres boa música, e se for editada por editoras decentes, as pessoas vão dar por ti e pelo teu som. Mas, tal como disseste, a coisa mais importante para mim é o desafio de criar algo novo e diferente a partir de uma música existente. Manipular vozes ou alguma parte de faixas instrumentais pode ser divertido, e isso é que é o importante quando eu faço uma remix.
Quais são as coisas que preferes quando estás a trabalhar no estúdio e ao vivo?
Gosto das duas situações. Em estúdio, estou sozinho e posso passar horas e dias só a fazer música, mas também adoro sair e tocar música para as pessoas. Adoro os clubes e festivais, e de como a audiência reage às músicas. É divertido! E dá-me a oportunidade perfeita para testar o quer que eu tenha feito em estúdio!
O que é que as pessoas podem esperar do teu set no Sunset Carlsberg?
Muitas malhas frescas e energéticas, algumas das minhas novas edições que fiz, e, claro, novas músicas minhas!