Yamaha EAD-10 Drum Module com Carlos “BB” nos Black Sheep [Vídeo]
A Yamaha quebrou várias barreiras no universo das baterias híbridas com este inovador módulo, o primeiro sistema “stand-alone” de sempre dentro do género. Fomos aos Black Sheep e o “BB” sentou-se atrás do kit a debitar grooves.
O Yamaha EAD-10 Electronic Acoustic Drum Module & Sensor é um produto excitante. Esta unidade vem revolucionar a tecnologia de baterias híbridas, dando-te acesso a sons de bateria de qualidade profissional e integração de samples com base no teu próprio kit acústico.
Recorrendo à sua vasta experiência no universo DSP, a Yamaha criou este módulo de bateria que é o primeiro sistema “stand-alone” de sempre do género. «O EAD-10 é um enorme avanço… Agora, os bateristas podem gravar facilmente o áudio e o vídeo das suas prestações sem necessitarem de ir a estúdio profissional ou comprar um sistema tão dispendioso quanto complexo de microfonia», afirma Steven Fisher, Marketing Manager da Yamaha Drums.
O entusiasmo que este produto gerou na nossa redacção, quando foi lançado em 2017, foi partilhado por Carlos “BB” António, que aceitou o nosso convite para passar pelos estúdios Black Sheep e sentá-lo atrás de um kit de bateria, com o EAD-10 instalado.
SPECS
A integração do EAD-10 é feita com um único componente microfone/trigger, anexado a um potente processador digital. O trigger possui microfones internos que captam o som inteiro do kit que pode, depois, ser manipulado digitalmente com efeitos de origem ou gravados directamente para o módulo. Para maior versatilidade, o EAD-10 possui entradas adicionais para 4 triggers, de modo que nos dá controlo total sobre os 757 samples do circuito e espaço para acrescentar até mais 100 sons de utilizador. Duas destas entradas são do tipo 3-zone trigger, sendo compatíveis com o trigger de tarola Yamaha DT50S e com os pads da gama DTX. A acompanhar este produto, a Yamaha lançou a app iOS Rec’n’Share que ostenta duas funções bastante úteis – Play Along e Video Recording, cujas designações são auto-descritivas.
SOM & PERFORMANCE
Será mais fácil acreditarem se virem o vídeo e puderem ouvir a fidelidade considerável dos triggers e da captação que fazem a toda a bateria, pratos incluídos, mesmo com o setup mais básico (o que utilizámos). Aliás, o responsável pelos Blacksheep, antes de o experimentar e tendo apenas como base os vídeos promocionais do produto, também se mostrava cético. Mas a sua simplicidade de processos e a qualidade de sons e efeitos é incrível e uma das primeiras coisas que funciona a favor do preço desta unidade. «Tenho uns quantos pads que não me oferecem estas soluções todas e estão dentro do mesmo preço», refere BB.
O baterista e produtor vinca a importância de outro aspecto fundamental do EAD-10, a forma como é orgânico. «Cheguei a ter um TD-20, mas acabei por nunca usar. Não consigo abdicar de baterias acústicas, até porque no estúdio posso fazer barulho quando quiser. E um módulo… É o que é. Os pads são mais funcionais, para disparar coisas sem teres que andar com um kit electrónico de bateria atrás. O EAD-10 permite colorir o som da bateria, tendo como base toda a cena orgânica de um kit acústico e, além disso, não ocupa praticamente espaço nenhum. É um grande instrumento para se usar ao vivo e em estúdio ou sala de ensaio». BB garante que mesmo em estúdio, o EAD-10 aparenta ter arcabouço para acabar nos masters, ao lado das peças micadas minuciosamente, ainda que não seja essa a função principal da unidade ou esteja particularmente planeada para essa vertente: «Se quiseres mesmo, mesmo, um dos seus sons, basta gravá-lo, sem ter que estar a manipular uma captação com prés e efeitos externos. É muito útil. E, hoje em dia, a característica mais determinante num produto já não é a qualidade, isso já não se coloca em causa devido aos padrões da indústria. A característica mais determinante é a utilidade. Um produto pode ser muito bom, mas se não o utilizas… O EAD-10 é um all-in-one».
PROS | Muito versátil, divertido, prático e portátil. Excelente ferramenta de trabalho e de estudo. A jóia da coroa são as soluções de processamento.
Outra característica fulcral nesta unidade é ser extremamente portátil. Poucos cabos, o banco de sons, operação sem transformador, possibilidade de o instalar no drumkit com um simples clamp. Muito prático. «Sendo baterista, pode olhar-se para isto como um brinquedo, e não deixa de o ser, mas é uma excelente ferramenta de trabalho. Também é uma excelente ferramenta de estudo, com funcionalidades como o click, poder gravar grooves e depois tocar por cima, para estudar arranjos e eficácia de composição, etc. E depois a jóia da coroa é a parte do processamento sonoro, principalmente ao vivo. Efeitos de distorção, phaser, flanger, chorus ou compressor». Uma mão cheia de pontos positivos. No entanto, também há coisas que podem ser pensadas em versões futuras. «Era porreiro haver um EQ físico, que não estivesse dependente dos presets. Tornaria o EAD-10 mais versátil, por mais imediato, ao vivo».
Usando os triggers com muita profundidade de efeitos tem um reflexo óbvio na batida, principalmente no bombo. O som fica algo perdido. Uma colateralidade que BB refere ser semelhante a usar demasiados gates no processamento da bateria: «Nesses casos, se não atacares a peça mesmo com força o som não “salta” cá para fora. Remove dinâmica ao som. Contudo isto pode ter que ver com as minhas preferências, gosto de ter a bateria com o mínimo de gates possíveis e ter um som mais cru, mais real». Ainda assim, nesta unidade nota-se uma clara evolução dinâmica: «Antes toda a gente se queixava que os triggers tinham somente duas ou três dinâmicas – era baixo, médio ou alto. Não havia respiração entre essas graduações. Mas na verdade, quem usa e abusa de triggers é porque não quer um som orgânico».
CONS | Ausência de EQs físicos e alguma falta de dinâmica na configuração mais simples.
Precisamente, o EAD-10 permite misturar o sinal processado com o acústico. Com um impressionante arraial de soluções e com uma enorme qualidade sonora já na sua primeira versão, o Yamaha EAD-10 une o melhor de dois mundos.
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