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Arctic Monkeys em amplitude moderada.

2014-07-10, Algés, Lisboa
Timóteo Azevedo
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O festival Optimus Alive arrancou ontem com os Arctic Monkeys como cabeças de cartaz.

Os Arctic Monkey regressaram mais uma vez a Portugal, “surfando” agora na alta onda de “AM”. O primeiro dia do festival Optimus Alive, que contou ainda com bandas como Interpol, Imagine Dragons, The Lumineers, Temples, e muito mais, esgotou, mas sem que isso fosse notório em algum momento específico. Explico: há os teens que deliram com Imagine Dragons (que estranhamente tocaram a “Song 2” dos Blur), há uns outros um pouco mais velhos que se rendem ao folk dos The Lumineers, há os outros ainda um pouco mais velhos que ainda acompanham os Interpol, e com isso, nem mesmo com os Arctic Monkeys em palco, deixou de haver pessoas no resto do recinto e nos outros palcos. Intuímos que não é mérito exclusivo dos Monkeys a lotação esgotada deste primeiro dia.

A subida a palco pelos Monkeys é feita com banda sonora épica, que rebenta na “Do I Wanna Know”, como não podia deixar de ser. “AM” foi um álbum que veio renovar e até mesmo legitimar a banda, que, ao contrário do que aconteceu com muitos parceiros seus da nova vaga do rock britânico que se iniciou na década passada, não acabou no esquecimento.

Alex Turner, apresentando-se agora no seu renovado visual rockabilly, é parcimonioso na interacção com o público. Umas parcas palavras, um tímido “obrigado”, mas atitude rock ainda aprumada na hora de tocar. Para além do visual, comprova-se o culto às raízes quando à terceira música, “Arabella”, o final da mesma incorpora um riff da “War Pigs” dos Black Sabbath.

O concerto desenrola-se com respeito aos singles: ouve-se a seguir a velha e agitada amiga “Brainstorm”, depois a mais recente “Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair”, e vai seguindo o alinhamento nesta lógica que tanto traz do novo como do velho. Mais à frente “I Bet You Look Good on the Dancefloor” para “as meninas”, e o convite para que a massa se mova é inevitável. O público mexe-se e vai cantando o que sabe, há cartazes em riste com frases imperceptíveis, talvez algo como “Alex faz-me um filho”.

No encore, os Arctic Monkeys ainda regressam a palco para deixar de rajada três canções do novo “AM”. “One for the Road”, “I Wanna Be Yours” e “R U Mine?” como nota de despedida para um público bem comportado. Não querendo ser injusto, deixo no ar o peso da subjectividade: um concerto que soube a pouco.

Fotos: Tomás Lisboa