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Bracara Extreme Fest’13

Bracara Extreme Fest’13

2013-10-04, Barroselas
Redacção

Aconteça o que acontecer, seja qual for o cartaz, guardamos na nossa agenda os últimos dias do mês de Abril para rumar até Barroselas ao SWR – Steel Warrior’s Rebellion.

No entanto, responsáveis também pelo Bracara Extreme Fest (BEF) os manos Veigas & Companhia, ainda não definiram uma data nem local certo para o festival na Bracara Augusta apesar de se realizar desde 2006 sem qualquer interrupção.

Com o maior número de edições realizadas na Junta de Freguesia de Panoias e com uma passagem pelo frio Parque de Exposições de Braga, este ano voltamos ao local que acolheu o festival em 2011 – o centro cultural Braga Viva situado no Braga Shopping, composto por duas salas de cinema inutilizadas. Recentemente esse espaço passou a denominar-se TOCA – Trabalho de uma Oficina Cultural e Associativa, fruto de um projecto de uma associação juvenil sediada em Braga que procura, sem fins lucrativos, apoiar e dinamizar actividades a nível associativo, juvenil, artístico, inovador, entre outros. Mas o BEF 2013 teve apenas disponível uma das salas de cinema, onde foi montado o palco 1 – principal, e todo o átrio comum a ambas as salas onde estava o bar, o espaço de merchandising e o palco 2.

E foi precisamente no palco 2 que as hostilidades começaram com cerca de quinze minutos de atraso com os ribatejanos CUT. Nessa altura ainda eram poucos os headbangers presentes mas o Sludge/Stoner deste trio foi demolidor e cativou alguns dos que passavam em direcção ao bar, e logo aí percebemos que talvez a escolha de local para montagem do palco não tenha sido a melhor pois estava constantemente a passar alguém… As vocalizações a cargo de Nuno Rodrigues (WAKO) à la Alice in Chains e o poderoso som da curiosa guitarra Vantage VA900 de 1981, com sistema eléctrico modificado e afinada em G do João Lopes, que usa dois amplificadores de guitarra Laney GH50 de 1995 e um amplificador de baixo e de efeitos usa fuzz Fulltone 70s primeira edição, fuzz Electroharmonix Bigmuff, wahwah crybaby Jim Dunlop USA e chorus boss CE 5, são os pontos fortes desta banda que aposta sobretudo nas actuações ao vivo. Talvez por isso, o único tema que está disponível para apresentação da banda é o Vessels gravado ao vivo pela Balcony TV, que pudemos escutar esta noite, além do Ribcage, Carnage Drug e Dying Camp.

Mudamos de palco e para o speed/thrash dos americanos SPEEDWOLF que estão em plena digressão pela europa e que pela primeira vez visitam o nosso país, por esse motivo a forte afluência dos amantes deste estilo à TOCA que foram abanando as cabeças e criando alguma agitação ao som de temas como I am the Demon, Denver 666, I can’t Die entre outras. Aproveitaram para dedicar uma música aos amigos NASHGUL e agradeceram a presença de todos porque é bom receber apoio quando estão tão longe de casa.

Perto de casa estavam os novatos MOTHER ABYSS que de Viana do Castelo nos trazem um Sludge pesado e melódico, como identificam o seu próprio som e que durante os seus trinta minutos de actuação apresentaram o seu EP de estreia Burden com os temas The King, The Queen, The Killer, The Ritual e O fim da História e o último Homem. Foi possível apurar junto dos músicos que os guitarristas usam dois Marshalls: um jcm 800 kk e um jcm 900 e o baixista usa um Orange tinny terror, uma di da mxr e um delay.

Seguiram-se MACHETAZO e NASHGUL que em comum têm a zona de origem: Corunha e ambas tocam grindcore; talvez por isso não tenha sentido muito a passagem de um palco para o outro. Dos primeiros, a destacar o baterista/vocalista, que não é habitual vermos e a cover de Obituary Dying que foi um dos 17 temas tocados; dos segundos a apresentação de 5 músicas novas, segundo indicação na set list.

 

De volta à sala principal para ver o que terá sido o último concerto de ALTAR OF PLAGUES no nosso país… Provavelmente a mesma sala que os deveria ter acolhido há 2 anos, altura em que a sua participação no BEF 2011 foi cancelada à última hora devido a falha nos voos. O anúncio do final da banda, para breve, terá sido o motivo de alguns para a deslocação até Braga, mas ainda assim uma sala muito aquém da sua lotação. Esperava mais pessoas na assistência, mas a entrega da banda foi igualmente intensa como nas outras oportunidades que tive de os ver. Fizeram uma viagem e levaram-nos com eles aos três álbuns da sua curta carreira: Mills, o poderoso God Alone, Scald Scar of Water, Earth I: as a Womb, Earth II: as a Furnace e Neptune is Dead foram os temas apresentados. Em palco, não deixaram transparecer o motivo do fim, não parecia sequer uma despedida… Pelos corredores e átrio do velho cinema vão andando maioritariamente sozinhos… Numa altura rara em que se juntam os três membros e quando interpelado por alguém do público que questiona o porquê, James Kelly responde, sorrindo, que é a segunda vez que acabam… Será que podemos esperar por uma terceira?

Para finalizar a primeira noite da edição deste ano, e já o relógio batia às 2h15 os DEMENTIA 13 ocupam o palco 2 para nos mostrar o seu Death Metal. Durante a actuação, Álvaro Fernandes (PITCH BLACK) relembra que se juntaram com o intuito de fazer um tributo às bandas Old School, e por isso tocaram Nuclear Blast dos portugueses GANGRENA, The Enemy Inside dos SIX FEET UNDER e Zombie Ritual dos DEATH, as duas últimas já em encore; e homenagear o cinema de horror, sendo o nome da banda o título de um filme com essa temática que data de 1963. O set list baseou-se, como seria de esperar, no EP de estreia da banda Tales For the Carnivorous. Com bastante actividade no ano de 2013 entre concertos em todo o país, inclusive nos principais festivais, veremos se conseguirão conciliar com os projectos que todos os elementos já trazem na bagagem e prosseguir nos próximos anos.

 

FOTOS: Joana Cardoso