Engraçada esta coisa do rock. Não é necessário muito para soar como é suposto e é por tão pouco que pode soar mal. Os irmãos Correia juntam uma vez mais esforços nesta estreia com o nome de família para, as suas idiossincrasias, a sua herança sonora e pedaços das suas carreiras, pisar esse chão comum, o rock.
Stepfather é a jóia da coroa neste álbum
De facto, “Act One” não precisa de muito para soar como é suposto um álbum de rock soar, acrescentando-lhe especificidades como um certo cheirinho hardcore, naqueles momentos de refrões bem abertos em cima de riffs cavalgantes, quiçá a um jeito mais Men Eater, enquanto uma canção como “Ghost Love”, por exemplo, soa como um outtake de Sam Alone. Mas sendo “Act One” um álbum interessante, congregador da biografia sónica de dois irmãos, peca numa produção cuja volatilidade remove força a alguns temas e ao álbum, se virmos este como um todo conceptual.
Mas no final, compositores com provas de sobra dadas no rock nacional, Poli e Mike conseguem ultrapassar esse aparente handicap em vários momentos de excelência na revisão do cânone rocker com o moderno sentido retro dos dias actuais do género. À cabeça dessa ideia está um tema como “Stepfather” que, se escrito por, digamos, Josh Homme, teria alargado airplay nas nossas rádios.