E tudo começa assim como uma hostilidade em crescendo, um barulho que chega atrofiado como um temor vindo do sobrenatural, no tom ameaçador de seres demoníacos. Dos primeiros homens para lá do tempo indefinido, das criaturas implacáveis perdidas sem deixar rasto na imensidão da escuridão de uma cavernosa força sonora.
E de seguida és impiedosamente abalroado por um objecto monstruoso, projectado sem desdém em movimentos veementes de uma musicalidade possante, inquebrável, até seres tragicamente triturado, feito em pedaços e pedacinhos, por notas espessas, composições sólidas, e substâncias perigosas, descarregadas em vocalizações sinistras e punk no seu estado pleno de demência.
E chega o transe, a alucinação atmosférica, quase perfeita, a provocar-te um distúrbio nos sentidos até à dimensão responsável por danos catastroficamente contagiosos e irreversíveis nas indefesas células do corpo e da mente.
E tudo acaba assim com uma devastação em grande escala, atómica, de uma música colossal que chega com os Iceage, como uma confirmação vinda da Matador Records na proeminente conclusão de que, por fim, tudo isto se resume a “You’re Nothing”!