Aos 22 anos de idade, o britânico James Blake mostrou ao mundo aquilo que tinha andado a preparar no seu quarto nos últimos tempos, através do lançamento do seu álbum de estreia intitulado, simplesmente, “James Blake”.
Mesmo antes do lançamento do disco, o hype em redor deste jovem londrino já era grande devido à edição de uma série de EP’s, em 2009 e 2010, e que foram muito bem recebidos pela crítica, a qual mais uma vez se rendeu à sua música agora em formato LP.
Este álbum acabou cotado como um dos melhores discos do ano, erigiu a reputação de Blake a um patamar elevadíssimo e catapultou-o para as posições cimeiras em cartazes de festivais em todo o mundo. Mas também há quem não goste dele, como é o caso de Geoff Barrow, dos Portishead, que o criticou duramente na sua página de twitter ao comparar a sua voz à de um cantor de pub.
Mas afinal que música é esta? Blake passeia-se por sons que, por vezes, são difíceis de explicar ou conotar, mas não faltam as associações a diversos estilos ou correntes, tais como o dubstep, o trip-hop, a pop moderna carregada de brit school.
Mas aquilo que fica são os sons electrónicos, acompanhados por piano, linhas de baixo, muitos samples e uma voz delicada que por vezes é escondida ou disfarçada atrás de toda a maquinaria que faz acontecer a sua música. É um formato de sucesso, embora diferente, mas que segue a linha dos The XX. Isto até pelo minimalismo como base de composição. Arranjos minimais e etéreos, pianos carregados de sustain, com linhas vocais suaves e um som cheio de reverb.
Passo a passo, foi-se expandindo de um quarto vazio, para um sem número de plateias. E, na continuação de uma evolução empurrada pela insistente procura da perfeição tornou-se mais completo que nunca. Conservando a típica abordagem introspectiva, que a cada passagem vai captando um pouco mais os sentidos.
Seja qual for o estilo, aquilo que faz é muito próprio e original e certamente ficará na memória por muitos anos e quase de certeza que vai saber tão bem ouvir daqui a uns anos músicas como “The Wilhelm Scream” ou “Limit to Your Love”, original de Feist, como sabia quando saiu ou sabe hoje.