Machine Head @ Coliseu dos Recreios [17.11.11]
Por Miriam Mateus | Fotos Pedro Almeida
O ambiente no exterior do Coliseu era de boa disposição. Vários grupos iam-se formando à porta, muitos conversando e esperando por amigos enquanto outros aproveitam os últimos minutos para fazer uma paragem pelas tasquinhas e cafés que, recheados, iam acolhendo os clientes e satisfazendo-os com as suas bifanas, petiscos e imperiais fresquinhas.
Esta era a noite de Machine Head, uma banda que tem já muitos fãs em Portugal e que aguardavam entusiasmados por vê-los e ouvi-los no seu melhor. A sua última actuação em Portugal tinha sido há 2 anos no Optimus Alive um evento completamente distinto do que estava para acontecer nesta noite, visto que agora eram eles a cabeça de cartaz e iam tocar num espaço fechado. Vieram acompanhados de mais 3 bandas, Darkest Hour, DevilDriver e Bring me The Horizon. Notava-se que entre o público havia grupos distintos que se dividiam entre Devil Driver e Bring me The Horizon como a banda de eleição a ver para além dos cabeças de cartaz.
Talvez por esse motivo e apesar de um Coliseu composto, foram muitos os que ficaram no exterior enquanto os Darkest Hour abriram a noite.
Foi com DevilDriver que o espaço começou a aquecer para os momentos de intensidade que ainda iam ocorrer. Durante o seu concerto os moshes na parte frontal da plateia foram constantes, ‘crowd surfing’ e ainda um ou outro ténis que saltava deixando alguns descalços.
Quando os Bring Me The Horizon subiram ao palco o recinto encontrava-se já bem recheado de uma massa de gente que vibrava ao som e à energia que emanava do palco. Uma banda composta por membros muito jovens, que pulavam e gritavam e tinham uma energia de tal ordem que era praticamente impossível não ficar contagiado. Foi do meio do mosh, composto por umas boas dezenas de pessoas, que um primeiro corpo voou, à vontade, um metro acima das cabeças do público e de braços abertos aterrou em cima de mãos que o levaram até à frente. Foi um concerto enérgico mas quando houve um interregno entre músicas, o público aclamou foi por Machine Head e não pela banda em palco.
O som durante a actuação das três primeiras bandas esteve demasiado estridente e com os instrumentos indefinidos, com algumas queixas de pessoas que não ouviam os riffs, mas esse foi um problema que não se colocou para a banda seguinte.
O palco ostentava um ecrã lateral, de onde começaram a surgir imagens de sangue a escorrer e a preencher o ecrã de vermelho. É nesse momento que o Coliseu, agora repleto de corpos vestidos de negro e de braços no ar, a música “I Am Hell” começa e da plateia sai um ruidoso: “Sangre, Sani, Sangre, Sani”.
Este foi um concerto muito direccionado para o seu último álbum lançado há dois meses, Unto the Locust, que teve muito boa aceitação e a banda percebeu isso quando ouviu as centenas de pessoas a cantar e acompanhá-los à medida que o concerto ia decorrendo. No entanto, brindaram os fãs com pelo menos um tema de cada um dos seus álbuns anteriores.
Após a música Beautiful Mourning o público não resistiu a gritar por uns bons segundos por Machine Head.
Rob simplesmente abanava a cabeça de admiração e agradecimento por essa reacção, seguindo de um “wow, you’re amazing”. Seguiram com The Blood, the Sweat, the Tears, momento este que não acalmou os moshes no centro da plateia que, bem pelo contrário, foram intensificados. A plateia parecia um mar de gente revolto que andava ao sabor das fortes batidas que provinham do palco.
Como introdução para a Locust, Rob fez uma declamação de braços abertos, uma voz com eco e uma luz azulada que tornou o momento cativante e preparou o público para receber esse tema pela primeira vez ao vivo em Portugal. Momento sem dúvida intenso.
Saíram do palco após a música Old e quando regressaram já uma guitarra semi-acústica estava montada abaixo do microfone do vocalista. Era chegado o momento de Darkness Within, uma música do seu novo álbum que começa tranquila mas que ganha uma potência contagiante à medida que vai avançando. O público cantava com o vocalista e até se chegaram a ver alguns isqueiros acessos enquanto Rob cantava nas suas partes mais calmas. Terminaram com o Ten Ton Hammer e saíram do palco com um “Goodbye Lisbon”.
Foi com um “Oe-oe-oe-oeh” cantando pelo público que voltaram ao palco para um encore composto por duas músicas. Ainda houve tempo para algumas despedidas e agradecimentos ao público. A bandeira portuguesa com dedicatórias e nome da banda foi lançada e o vocalista colocou-a nas costas, elogiando a recepção do público português. Rob tinha gostado do hino de regresso ao palco e começou a cantá-lo, incitando o público a fazer o mesmo enquanto começaram a tocar a Halo do penúltimo e “antigo” álbum The Blackening. Terminaram em grande com Davidian.
Set List Machine Head :
I Am Hell (Sonata in C#)
Be Still and Know
Imperium
Beautiful Mourning
The Blood, the Sweat, the Tears
Locust
This Is the End
Aesthetics of Hate
Old
Darkness Within
Bulldozer
Ten Ton Hammer
Encore:
Halo
Davidian