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Memoirs of a Secret Empire EP

Memoirs Of A Secret Empire

N/A, 2013-08-16

Redacção

O trio formado em Vouzela, distrito de Viseu, chega-nos este ano com o seu primeiro registo de estúdio. O curta-duração composto por quatro temas foi curiosamente gravado durante quatro dias calorentos do mês de Julho, no Black Sheep Studio em Sintra. Tendo levado a mão do já considerado guru nestas andanças, Makoto Yagyu. Que para além de produtor também e conhecido por fazer parte de projectos como Riding Pânico, Paus ou If Lucy Fell.

O grupo apresenta uma sonoridade um tanto ao quanto difícil de definir. Sem vozes e apenas instrumental o seu som passa por Post-Rock Atmosférico, com fortes influências de Doom, regado com uma faceta mais experimental e q.b de melodia melancólica. Interpretando os seus temas como se de uma história se trata-se, e sugando desde o primeiro minuto quem ouve este homónimo.

“Dawn” é a primeira etapa desta viagem. Iniciada com uma guitarra embalante nos primeiros minutos, explode de emoção com o desenrolar-se de forma forte e ténue por entre as batidas minuciosamente calculadas da bateria de Henrique Bessa. Fazendo lembrar as grandes de sonatas de Ludwig Beethoven, transportadas para um mundo actual e de forma mais electrizante. E obviamente através de outros instrumentos musicais.

O sol põe-se em “Sunset”. Com uma abordagem mais energética desde do início, constitui a banda sonora ideal para o final de uma tarde de Outono, em que as nuvens correm depressa pelos céus até cair a noite. Uma faixa estridente com guitarradas cortantes e sempre no ponto de explodir a qualquer momento, acompanhadas pela subtiliza das linhas de baixo sempre discretas. Mas que acrescentam muito à composição em geral. Provando que na maioria dos casos, o arquitecto minimalista Ludwig Mies van der Rohe tinha a sua razão em afirmar e defender com toda a sua convicção que “Less Is More”.

Com o anoitecer, as luzes apagam-se e as portas abrem-se a “Night”. Dividida em dois actos, o ambiente torna-se mais denso e sombrio, especialmente em “Night II”. Em que as linhas de baixo marcam o caminho e acabam por dar uma sonoridade mais Noise ao tema em algumas passagens mais progressivas. Acabando em grande força e a rasgar pelas influências mais doom do grupo.

Apesar de extremamente bem estruturado e composto, este EP sabe a pouco. Mas deixa fortemente os fãs a salivar para o que poderá ser o primeiro full length. Caso para a dizer que o que é nacional é bom, e por vezes melhor (e menos enfadonho) do que o que se faz por esse mundo fora.