Oblivionized, Funk that Grind
2015-02-08, RCA Club, LisboaGrindalhada bera, vendaval de técnica e criatividade musical.
A verdade é que é difícil não gostar de bandas que se estão a borrifar. Nas primeiras horas do segundo dia do Burning Light, os Oblivionized tinham na sua frente pouco mais de 20 pessoas e estavam a borrifar-se para isso. Deram um concerto com uma intensidade notável. Como notável era o sonzão de guitarra. Um power trio a soar sem baixo não é algo que muita gente consiga fazer e muito menos com o corpo e dinamismo sonoros que o guitarrista Sammy Urwin e o baterista Will Brunsden foram capazes de criar.
A potência do grindcore e o virtuosismo técnico de um death metal brutalizado, mas com apontamentos… funk? O groove estranho da banda tornou este, para a AS, o melhor concerto do Burning Light. Os rugidos misantrópicos de Zac Broughton completaram um quadro de energia visceral e tão atraente quanto desagradável. Os Oblivionized estavam a borrifar-se, no final do set, a tentativa de destruir o kit de bateria ou o empurrão nos side fields de palco foram gestos que criaram mau estar com o staff técnico sem grande necessidade, mas foram bem rufias. Rufias que vieram dar um concerto de metal. Sem bullshit!
Pós concerto, Sammy Urwin confessava que estão a tratar de um LP, até agora só splits dispersos. Estão a borrifar-se para tudo menos tocar bem. É difícil não gostar de bandas dessas.