Chama-se a isto: “cair no goto!”. Há bandas que passam uma vida inteira longe das luzes da ribalta, esquecidas consecutivamente por quem de direito pode simplesmente estimular a sensação primária de interesse, permanecendo nesta condição até ao fim dos dias, a menos que caíam no “conto do vigário” de um caminho mais acessível onde a “máquina” aguarda pacientemente à espera de anunciar “isto afinal é bom” e como por magia os holofotes multiplicam-se ao ponto dos focos fazerem confusão aos olhos. Por outra, há bandas que nascem em berços de ouro, antes de parirem um disco já são a “next big thing” do momento e o mundo aguarda impacientemente pela oportunidade de ver chegar os novos salvadores seja lá do que for.
Uma coisa é certa, os Palma Violets são provavelmente o nome mais falado da actualidade. Anunciados como os novos Libertines ou Arctic Monkeys, “Best Of Friends”, Single de apresentação e tema de abertura do álbum de estreia 180º, fez as delícias da imprensa britânica conhecida por rebentar “novas grandes coisas” mais depressa do que uma bolha de sabão demora a surtir o mesmo efeito. E ao que parece, 180º entusiasma, mas não tanto.
Na corrente Indie Brit Rock que agora se assombra pelo crescente fluxo Punk Rock 90’s “Slacker Style” americano de bandas como os Califórnia X, Parquet Courts, ou Fidlar, o álbum de estreia dos Palma Violets sai fragilizado ao que parece por um período de gestação curto. Não é que exista propriamente na música um espaço de tempo que dite a certeza de um nascimento saudável e capaz, a bem da verdade, há quem mais valia nunca ter nascido e antes não fazer tão bem primeiro e melhorar depois. Porém, a euforia que “Best Of Friends” desencadeou, caiu na trama de um processo inventivo algo precipitado, limitado por umas quantas faltas de inspiração, que passo a passo fazem de 180º um registo pouco criativo e prematuro.
Por vezes, os “hypes” têm destas coisas e há bandas que precisam de mais tempo, pese embora, da mesma forma que os Libertines se perderam nas actividades “extra curriculares” de Pete Doherty e os Arctic Monkeys depois de Josh Homme tornaram-se mais “rednecks” que “brits”, os Palma Violets até poderão vir a ser a “next big thing” do Indie Brit Rock, mas não é para já. Por agora, chamou-se a isto: “cair no goto!”.