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Pride & Glory

Pride & Glory

Geffen, 1994-06-07

EM LOOP
  • Shine On
  • Lovin’ Woman
  • Harvester Of Pain
  • Cry Me A River
  • Fadin’ Away
Nero

O feroz e singular álbum de heavy metal sulista, o primeiro de Zakk Wylde a solo.

Quando Zakk Wylde estava a fazer aquela que seria a última digressão de Ozzy Osbourne (a “No More Tours”, que seguiu o álbum “No More Tears”), decidiu ir reunindo músicos para prosseguir a sua carreira. Com o baixista James LoMenzo e o baterista Greg D’Angelo formou o power trio chamado Lynyrd Skynhead. A cabeça estava toda nos Skynyrd, mas, possivelmente para evitar associações bizarras, o nome foi mudado para Pride & Glory. Aí, já em 1994, D’Angelo foi substituído por Brian Tichy e a banda foi gravar o homónimo e único álbum da carreira.

Wylde tinha fogo nas mãos e no cérebro nesta altura. No auge da sua criatividade pegou em instrumentos como o banjo, o bandolim e a harmónica, e surgiu pela primeira vez em estúdio como um pianista de rock muito razoável – num papel em que conseguiu grandes baladas como “Sweet Jesus” ou “Fadin’ Away”. Quanto à guitarra eléctrica não é preciso adiantar muito sobre as valências de Wylde.

Esteticamente, o guitarrista deixava de lado o heavy metal estilizado que fazia com Ozzy e assumiu o southern rock e mesmo o country – que misturava brilhantemente com a força de overdrive das suas guitarras fornecidas por EMG’s, basta ouvir a explosão do solo de “Cry Me A River” ou “Machine Gun Man”. LoMenzo e Tichy construíam os restantes pilares dum som orgânico, dinâmico e carregado de groove, quer nos registos completamente eléctricos, quer nos semi-acústicos.

Criativamente, este álbum antecedeu a fase de shred algo excessiva que ouvimos nos discos de Black Label Society. Aqui os solos conseguem manter elegância, pertinência e sentido musical. Um dos melhores exemplos disso sucede em “Harvester Of Pain”.

E o som do disco? Tremendo! Surgido antes da decadência comercial do produtor Rick Parashar, “Pride & Glory” encerrava o seu ciclo inicial de carreira, que foi o seguinte: a estreia dos Temple Of The Dog, com “Temple Of The Dog” (1991), a estreia dos Pearl Jam, “Ten” (1991), o segundo EP de Alice In Chains, “Sap” (1992) e ainda o homónimo de estreia de Blind Melon. Um percurso perfeitamente auto-descritivo.

Com a sua edição original na Geffen, tudo apontava para a explosão da banda, mas isso nunca aconteceu e o álbum tornou-se algo como uma raridade, até a Spitfire, com o balanço das edições de Black Label Society, ter reeditado o disco com uns temas bónus, como “Hammer & The Nail” e “Torn And Tattered”, e versões de Black Sabbath, The Beatles e Led Zeppelin.

Por ser um disco estranhamente raro, abundam edições “marteladas”. Em 1999, a Armoury Records editou a única versão em vinil que conhecemos, se a possuem agarrem-se bem a ela, vale quase três dígitos… Prova de que, para muitos, o maior crime da carreira de Zakk Wylde é nunca ter continuado o percurso dos Pride & Glory, pois o álbum de estreia foi um dos grandes discos dos anos 90!