“Anatomia Pop”. O título soa a prenúncio, a banda que já sentiu a ribalta, de alguma maneira parece ter atingido a verdade existencial, de que tudo o que é bom acaba depressa. Apesar de ser muito lusitana esta forma de pensar, o que é facto é que a urgência do mundo actual por baladas sentimentalistas e refrães orelhudos leva muitas vezes as bandas a entrarem por caminhos de perdição em termos criativos [veja-se o exemplo dos contemporâneos Maroon 5], sob pena de passar ao esquecimento.Mas aqui, a banda natural da Irlanda do Norte que montou arraiais em Dundee, na Escócia, tem conseguido não se entregar aos “bichos” e continua a equilibrar a balança – viajando entre o pop que vende e o pop que entretém, e como em nenhum dos casos perdem qualidade, o futuro parecer surgir coeso.
Este álbum não será o mais vendido, mas é o melhor e mais elaborado, quer em termos de arranjos como de produção; o som e letras com a intensidade habitual. Porém, depois dos hits das playlists, dos muitos prémios que acumulam desde 2004 e sobretudo do tema que emocionou os espectadores, dessa serie já de si emocionante, em Anatomia de Grey, a fasquia está altíssima. E por aqui esperamos para ver como vai funcionar perante as massas, que é o principal target e quem lhes atribui prémios, inevitavelmente, baseia-se por aqui. Está aprovado!
Por Joaquim Martins