Super Bock em Stock 2023: O Blues Rock Progressivo dos Psychles, A Energia Contagiante de VSP AST & A Tertúlia Musical de Jason Miles

O Super Bock em Stock regressou à Avenida da Liberdade, em Lisboa, para dois dias de concertos repletos de propostas musicais diversificadas.

No segundo dia do festival, o destaque vai, para além de Jehnny Beth e Anna Calvi, para o blues rock progressivo dos Psychles, a energia irreverente de VSP AST e a conversa-concerto de Jason Miles.

Psychles

Os Psychles são um coletivo formado em 2021 no Sudoeste de Portugal. Com vista para o mar o seu produto sonoro é fruto de uma junção de blues rock, rock progressivo, rock ‘n’ roll e soul. Com Charlie na voz e guitarra, Mateo Slawinsky na guitarra solo, João Abreu na bateria e Tommy Takeshi no baixo, os Psychles apresentaram na Sala Rádio SBSR.FM temas como “We Are Not The Enemy”, “Joy” “Tommorow” e “Demons” e mostraram que têm estaleca para deixar a sua marca no panorama do rock português. Boa voz, bons riffs e carisma para dar e vender. Esperamos vê-los novamente num palco de um qualquer festival de verão.

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VSP AST

VSP AST (Vespa Asiática) é o nome artístico de Fernando Gariso, e surge em jeito de homenagem para com o seu avô que lhe deixou uma mota Vespa com um autocolante onde podia ler-se Made In Asia. VSP AST chegou ao Super Bock em Stock como um artista emergente da Sony Music Portugal e com uma identidade musical bem vincada assente numa fusão de pop punk com emo rap, reminiscente de nomes como Machine Gun Kelly, Yungblud, Mod Sun ou Iann Dior.

Para a sua estreia em Lisboa, VSP AST trouxe a espontaneidade e irreverência de um jovem que, apesar de já ter chegado à casa dos 20, ainda apresenta alguns traços de uma certa rebeldia de adolescente. Com uma banda em palco a suportar os instrumentais que por norma costumam ser reproduzidos através de um computador, o músico percorreu temas como “BLEACH”, “TARDE LIVRE”, “STARS” e ” ROAD TRIP”, e recebeu do público, que estava presente na Sala Tranquilidade, uma excelente reposta, com muitos a demonstrarem que já conheciam o repertório do artista proveniente de Coimbra.

Jason Miles

Jason Miles é certamente para muitos um nome desconhecido, mas após uma breve pesquisa pela sua ficha biográfica e pelos seus créditos discográficos rapidamente percebemos que estamos perante um dos mais interessantes músicos de jazz e produtores musicais do séc. XX.

Miles juntou-se recentemente ao elevado grupo de estrangeiros que se converteu aos encantos de Portugal, tendo se mudado para cá com a sua mulher há sensivelmente um ano. Segundo o músico e produtor, o concerto do Super Bock em Stock foi o seu primeiro grande concerto em Lisboa. Antes deste espetáculo, Miles já tinha passado pelo Cascais Jazz Club para um concerto a solo. À Sala Ermelinda Freitas do Super Bock em Stock Miles fez-se acompanhar de um trio extremamente competente, que o músico recrutou em Portugal. Falamos de Tiago Oliveira na guitarra elétrica, Vicky Marques na bateria e Yami Aloelela no baixo.

Em jeito de tertúlia musical, que é como quem diz numa espécie de conversa-concerto, Jason Miles transformou a Sociedade de Geografia de Lisboa num Blue Note Jazz Club e levou-nos pelos temas e histórias que marcaram a sua carreira. Com uma humildade impar, Jason partilhou histórias e temas de Miles Davis, com quem colaborou no clássico “Tutu” (1986) enquanto teclista, de Marcus Miller, com quem gravou o seu primeiro álbum “Cozmopolitan” (1979), de Sting com quem ganhou um Grammy pelo seu trabalho de produção na música “She Walks This Earth”, e de Keith Jarrett, que segundo Jason é o seu pianista de eleição quando se trata de tocar piano elétrico (Fender Rhodes). 

Para os fãs de jazz, bandas de jam, música de improvisação ou simplesmente de boas histórias de vida com ilustres personagens à mistura, certamente que o concerto Jason Miles foi o melhor do Super Bock em Stock 2023.

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