“O sítio das coisas selvagens e domésticas”. Na terceira ser de vez, é um cliché tremendamente nacional e o que acontece aos The Maccabees, é tudo menos isso e, ao mesmo tempo, isso tudo e muito mais.
Mesmo a tentativa em ironizar, é prestando honesta homenagem aos rapazes de Londres, pois também eles usam da técnica de falar de coisas sérias a brincar!
Depois do anúncio do single e consequente audição de “Pelican”, ficou muita vontade em ouvir o resto. Conferido o restante, não restaram dúvidas sobre o resultado final que, antes de mais, é um novo fôlego na história da música indie por terras de Sua Majestade. Com uma fórmula musical que não deixa margem para grandes confusões nem comparações, apesar da habitual colagem de estilo a estes ou aqueles, a verdade é que em termos musicais e vocais as sensações produzidas são sempre conclusivas, a musica é algo de único e cada vez mais inconfundível e, passando essa fasquia, o céu pode ser o limite ou o destino – o que a mão “divina” de Tim Goldsworthy, da DFA, permitiu com a introdução de elementos electrónicos que se tornam o ingrediente secreto deste “Given To The Wild”.
Com a concorrência apertadíssima de nomes como The Horrors ou The Vaccines, por exemplo, os Maccabees impõem-se e definem o seu espaço. Cantam: “To have it all, to have it all, to have it all, and still want more / One thing’s for sure, one thing’s for sure, one thing’s for sure, we’re all / Getting older…”; e guardam o território com um álbum novo, clássico e bem grande em metáfora e abrangência.
Uma excelente maneira de iniciar o ano.
Por Joaquim Martins