The National
2011-05-24, Campo Pequeno, LisboaNuma noite de terça feira no final do mês de Maio, o Campo Pequeno tem um grande amontoado de gente à porta. Está calor, está muito calor. Lá dentro sobem ao palco os The National, cujo único consenso que reúnem é mesmo esta plateia lotada de gente para os ver – primeiro ficamos a conhecer (ou a ouvir) a forma como se portam ao vivo os Dark Dark Dark, com Nona Marie Invie ao leme, e fazemos um gosto com as duas mãos.
Passavam poucos minutos das 22h, o momento de receber Matt Berninger e o seu mundo de fantasmas e histórias dolorosas e de Amores na primeira e terceira pessoa do singular e do plural, no femenino e no masculino, e…continuando a metáfora de motivos verbais, de pretéritos e gerúndios da sua mente, ou alma, ou da sua intuição no olhar o mundo emocional.
Não sei se são um fenómeno, ou uma banda de culto, sei que desde “Sad Songs For Dirty Lovers” começaram a dar nas vistas, mas é com “Alligator” que desbravam caminho até aos dias de hoje no meio indie, com músicas de construção quase idêntica, no que às letras diz respeito, mas que a voz e os adjectivos de Matt encaixam na perfeição, musicalmente sempre complexa, mesmo nos temas mais simples. A fórmula por enquanto parece resultar.
E a plateia sabe-os de cor, durante uma hora e cinquenta minutos entregam a alma para ser expurgada de “males de Amor” e em comunhão com a banda se vai fazendo a festa.
Para quem é mesmo fã, ficam a faltar temas como “Lit Up”(alguém empunhava um cartaz a pedir) e outros como “Mistaken for a Stranger”ou “Karen”. Mas a visita era de cortesia e pretendia dar a mostrar “High Violet”, último álbum e motivo da tour.
Houve emoção e clarividência desde o primeiro acorde, e tinham mais um punhado de músicas para tocar se fosse o caso. Depois disto fica mais difícil afirmar outra coisa que não seja que foi um excelente espectáculo e meter memorável no meio não me parece descabido. Num concerto que valeu por tudo, e basta ver o alinhamento para se perceber, não há momentos altos, pois foi tudo enorme. No final parece que só a sala precisa de mais dias assim para ser uma referência a nível de espectáculos musicais – e nem isso eles deixaram de elogiar, mostrando a simpatia que os caracteriza também.
No fim da actuação e já no segundo encore tocam, sem a ajuda de amplificadores nem colunas,”Vanderlyle Crybaby Geeks” , e é em formato acapella com o público que se despedem de nós. Mas mesmo no final e já no tunel em direcção à rua, “Mr.November” parece ser o hino National… e o que ficou na memória é aquilo que cada um se lembrar…
Por Joaquim Martins
SETLIST
- Start a War
Anyone’s Ghost
Secret Meeting
Bloodbuzz Ohio
Slow Show
Squalor Victoria
Afraid Of Everyone
Little Faith
Abel
All The Wine
Sorrow
Apartment Story
Conversation 16
Lucky You
England
Fake Empire
Encore:
Friend of Mine
Mr. November
Terrible Love
- 2º Encore:
About Today
Vanderlyle Crybaby Geeks