O que é que o blues, o fado ou a morna têm em comum? Mais do que uma forte presença e carga emocional a cada nota libertada, trazem consigo o espírito e a alma das suas mais profundas raízes. Com a música dos Tiraniwen passa-se, exactamente, o mesmo. E o que é que “Elwan” traz? Traz mais um bom exemplo disso.
Os Tinariwen tornam a levar-nos numa deslumbrante viagem pelos recantos naturais do deserto
O colectivo tuareg, que já conta com um bom par de anos de existência, regressa para nos levar a uma autêntica viagem sonora aos recantos mais naturais, encantadores e deslumbrantes do deserto, onde há espaço para o blues do Mississippi, o psicadelismo de São Francisco e o rock de todo o mundo.
“Elwan” levanta verdadeiras tempestades de guitarras em modos de desmultiplicação, repetição e hipnotização (“Tiwayyen” e “Sastanaqqam”), ao passo que assenta poeira com verdadeiras vocalizações de alma e coração (“Ittus” e “Nannuflay). Tão viciante quanto Junior Kimbrough. Tão mágico quanto o deserto.
Mais um caso para dizer: Welcome back, Tiraniwen!